O seu interesse na minha resposta para um “tudo bem?” não passou despercebido, juro. Agradeço a preocupação, o carinho, a reciprocidade. É só que por agora eu não tenho muito a dizer.
Sabe quando você precisa tentar enxergar o novo todos os dias? É assim ultimamente. A diferença é que a minha alma anda cansada de procurar entender os motivos dos outros, sendo que nem mesmo os meus ela tem reparado muito bem. Às vezes é tempestade aqui dentro. Não bate sol, não tem brilho. É chuva de manhã e de noite. É ventania a cada esforço para levantar, para seguir em frente.
Aprendi que viver de verdade requer um esforço tremendo da gente. Que para não abraçar as mentiras e ignorar as sinceridades, o nosso coração deve lutar contra o tempo e contra quem finge querer o bem da gente. Que algumas situações exigem mais dos nossos inteiros do que podemos suportar. E se a gente não prestar atenção nas ausências e nos maus-tratos, é bem provável que o nosso emocional adoeça.
Infelizmente, só quem levou muitos golpes da vida e de sentimentos em geral, notou o quanto estou mudando. Agradeço e admiro quem teve a disponibilidade para saber das minhas angústias, das minhas noites mal dormidas, dos meus desencontros.
Ainda é um processo ficar bem. Eu estou melhor do que ontem e é saudável dizer que isso é muito se comparado com um passado recente.
Então, respondendo a sua pergunta – talvez não esteja tudo bem, mas é bom reconhecer que eu não estou mais mal. Eu estou um dia de cada vez, cuidando das minhas camadas, dos meus pensamentos externos e internos. É isso. É tudo o que posso assumir agora.
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