Quantas coisas perdemos todos os dias! Quantos filmes não assistidos no cinema, quantos jantares não compartilhados!
Quantas noites maravilhosas que vivemos só na minha imaginação!
Quanta palavra engolida, quanto choro engolido. Quanto pensamento reprimido. Quanta vontade em erupção!
Quantos sonhos friamente assassinados pela sua indecisão!
Quantos risos contidos. Quantas ligações interrompidas antes de completar…
Quantos olhares apaixonados, que eu não canso de lhe dar…
Quanto suspiro dolorido, a cada passo seu em outra direção…
Quanto amor desperdiçado por essa sua mania de desperdiçar o tempo, como se fosse infinito… nada é infinito. Não… nem mesmo o meu amor por você.
Porque amor também cansa… e o meu está cansado de não ser correspondido, de ser desvalorizado pela sua imaturidade que teima em acreditar que sentimento assim se acha em qualquer lugar.
Caso você não tenha percebido, encontrar quem preencha sua cama e seus solitários domingos é fácil. Mas achar quem complete as suas vontades, frases, ideias, quem siga contigo mesmo sem saber para onde vai, quem fique ao seu lado na segunda de manhã.
Quem enfrente o trânsito, a vida e o mundo por você e com você é raríssimo!
Você ainda não se deu conta…de que a vida um dia vem cobrar a conta..
Você ainda não se deu conta, de que eu não sou um babaca ao seu bel prazer.. eu não vou abrir mão de mim para satisfazer todos os seus caprichos.
Eu não sou seu passatempo nem vou mais me doar por inteiro, para preencher seus vazios.
Quantas noites de frio…
Quantas tardes lindas de calor.
Quanto corpo sem arrepio…
Quanta vida sem cor.
Quanto lençol esticado
Quanto banho sozinho…
Quanto gemido calado.
Quanta escassez de carinho.
Quanto beijo não dado!
Quanto poema guardado!
Quanto abraço frustrado..
Quanta viagem por fazer…
Quanto amor por fazer…
Quanto silêncio perturbado…
Quanta vontade de você ainda cabe em mim?
Quantos textos mais não lhe dedicarei por medo? Quanto tempo mais eu serei o confessionário dos seus segredos Quantos “eu te amo” silenciosos eu ainda declararei?
Quantos outros casais na rua hei de invejar?
Quantas ligações suas eu vou recusar? Quantos encontros eu me esforçarei para evitar?
Quantos desamor esse amor que lhe tenho ainda vai me oferecer?
Quanta solidão a sua presença ainda me causará?
Quanto essa espera ainda vai me doer?
Mensagens que não chegam. Telefonemas inexistentes. “Boa noite” mudo dentro do meu coração.
“Bom dia” abafado, agoniado, sofrido; tão lindo quanto uma canção…
Eu tenho mil desculpas para justificar a sua indecisão. Mas a única, que eu não ouso dizer, é que você nunca me teve amor, carinho e preocupação.
E enquanto você decide se quer ou não, se vai ou fica, se é tudo ou nada, a vida passa, a fila anda, o baile segue e eu, me canso de lhe esperar.
Tanta gente para conhecer! Tantos planos pra refazer!
Tanto de mim para resgatar…
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