Hoje eu guardei algumas lembranças bem longe de mim – para não dizer que as joguei fora, apesar da vontade. Algumas coisas a gente não consegue se desfazer e é preciso lidar com isso. Quer queira, quer não. Joguei algumas tralhas no lixo – essas sim!, uma pena não ser possível fazer o mesmo com alguns sentimentos tóxicos – e abri espaço em alguns cômodos e gavetas do meu lar; inclusive aqueles onde apenas eu conheço, acesso, enfeito: meu coração. Às vezes é preciso se desfazer do que pesa a gente, na gente. E isso vale para objetos do lar em desuso; ressentimentos desnecessários; fantasias que a gente confunde com sonhos; pessoas que não cabem mais em nossas vidas. O que a gente ganha em fazer uma faxina interna além da costumeira externa é retirar do campo visual tudo aquilo que atrapalha o nosso caminhar pleno. E caminhar sem obstáculos batendo em nossos pés, com um olhar feliz no presente que possuímos agora é a única certeza que necessitamos para dias mais felizes e construtivos.
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