“Nem tudo o que reluz, é ouro”.
Nem toda dor é ruim. Nem toda a alegria é para sempre. Nem todas as palavras foram feitas para serem ditas. Porém, todos os sentimentos foram feitos para serem sentidos.
Temos medo. Isso é inevitável. Até podemos achar que não, que estamos acima dele, que o conquistamos. Porém, uma hora ou outra o medo acha uma fresta e volta. Tudo bem, é normal. Somos humanos e faz parte da nossa programação interna de autopreservação ter medo. O medo nos impede de agir de maneira impensada, perigosa e imprudente. Porém, às vezes nos impede de sentir. Nesses casos o medo deixa de ser um aliado e se torna nosso algoz.
Sentir é necessário, é vital. E sentir em toda a sua completude. Sentir fome, sede, sono, mas também alegria, medo, insegurança. Permitir-se sentir é se permitir mergulhar completamente dentro de si, e assim, conhecer e reconhecer cada cantinho do próprio coração. E da alma.
Esses dias conversava com um amigo sobre o poder da vulnerabilidade. Sim, a vulnerabilidade é um poder – desde que bem usada. Ser vulnerável tornou-se algo ruim, degradante, pejorativo até. Mas não. Às vezes ser vulnerável é a única coisa que nos salva. Nos salva de relacionamentos rasos, de momentos esquecíveis e de sentimentos vazios.
Ser vulnerável é se deixar sentir, para o bem ou para o mal, é se permitir sofrer quando se está triste, e também comemorar quando se está feliz. É se permitir abrir um pouco as portas do coração e deixar entrar aquelas pessoas que cuidarão bem dele. Não são muitas, mas poucas e boas que entenderão essa vulnerabilidade como o poder que ela é.
É vulnerável quem é verdadeiro, quem ama com o coração, quem reluz tudo o que verdadeiramente é. É vulnerável quem reconhece sua força e sabe usá-la. É vulnerável, e não fraco, quem se abre para o mundo, o suficiente para acolher sentimentos, pessoas e momentos.
É vulnerável quem se permite viver com medo, apesar dele, e quem faz do medo aliado. É vulnerável quem se permite. E quem se permite, vive.
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