Autoestima vai muito além do que os olhos podem ver no espelho.
Claro que a vaidade conta muito para uma autoestima elevada, mas pense consigo, será só isso?
Quantas vezes você observou com fascinação uma pessoa em ação, e até se sentiu de uma certa forma, intimidado por ela? O que lhe causou essa reação? Foi somente a beleza física dela, o brilho no cabelo, o sorriso perfeitamente alinhado e reluzente e o corpo atlético?
Certamente, não. Pessoas confiantes e com boa autoestima demonstram isso pelo timbre de suas vozes. Pela postura ereta, o aperto de mão firme, e a forma como se portam e se vestem. Essas pessoas sabem os seus lugares no mundo, sabem como chegaram até onde chegaram, não se sentam na cadeira do vitimismo e acreditam seres vítimas de um complô universal maligno elaborado contra elas. Elas têm o domínio de si mesmas e são estrategistas.
Uma autoestima elevada transparece na fisiologia do sujeito.
E você acha que uma pessoa empoderada e que vive de bem consigo se deixa abater por qualquer coisa?
A autoestima interfere diretamente na capacidade de resolução de conflitos, pois está localizada no córtex pré-frontal, no hemisfério direito do cérebro.
Stephen Fleming, diretor do centro de neurologia e neuroimagem do University College London, na Inglaterra, realizou um experimento, mais tarde publicado na Science/2010, onde constatou que as pessoas com alto grau de autoconfiança apresentavam maior volume cerebral nessa região, do lado direito pré-frontal, enquanto que os inseguros exibiam volume e atividade menores nesta região.
Pessoas autoconfiantes tendem a liberar maior volume de ocitocina, que é o hormônio do prazer, da sociabilidade, aquele que é produzido em grande escala quando uma mãe amamenta seu bebê.
E em contrapartida, pessoas que apresentam uma autoestima deficiente, produzem uma quantidade maior de cortisol, que é considerado o “hormônio do estresse” e que tem a função preparar o corpo para situações conflitantes e de perigo.
O cortisol não deixa a glicose baixar, coisa que gera um aumento desnecessário de energia, causando tensão nos músculos, alterações no sistema nervoso e dores tensionais. O que resulta em uma postura ruim, dores de estômago e mais sensação de impotência e inferioridade.
Ou seja, uma baixa autoestima influencia não só emocionalmente, como também quimicamente e prejudica todas as outras áreas da vida.
Isso ocorre quando uma autoimagem negativa e muitas vezes deturpada, existe.
E quando temos uma representação interna que não condiz com a realidade externa, a questão já deixou de ser meramente estética. Para elevar essa autoestima, temos que mexer nas estruturas internas comportamentais e mudar esses padrões. Pois, se eu sinto, para mim, é real. Não importa o que os outros me falem.
Não adianta eu ganhar um concurso de miss se eu me acho feia, nem um Nobel se eu acredito ser burro e insuficiente.
Simplificando: não é possível mudar o mundo, nem exigir mudanças na forma como os OUTROS nos tratam. E mesmo que, suponhamos, conseguíssemos mudar o mundo, ainda assim, se não mudássemos a nós mesmos, de absolutamente nada adiantaria.
Mas sempre é possível mudar a forma como reagimos, como recebemos o que recebemos dos outros; nossas representações internas e o ângulo de visão com que olhamos para o mundo.
Uma pessoa que se sente mal por ser gorda, por exemplo, ou baixa demais, ou alta demais ou magra demais, qualquer atributo “demais” que seja para o negativo, acredita que TODAS as pessoas do mundo a vêm da mesma forma.
Então, ela própria cria um bloqueio e uma série de comportamentos autodestrutivos, como o isolamento social, a falta de um relacionamento amoroso e afasta amizades e pretendentes, porque, para ela, ninguém pode amá-la. Já que ela mesma não se ama. Está entendendo?
Dessa forma, podemos passar anos e anos de nossas vidas culpando os outros por atitudes que eles nem têm, de fato, mas sim, pelo nosso comportamento e como nos apresentamos ao mundo.
Conheço pessoas lindas que se acham indignas do amor. Pessoas brilhantes que se julgam incapazes de sucesso. Pessoas ricas que vivem em uma miséria emocional de dar dó.
Porque é uma questão muito mais de atitude e de SENSAÇÕES, do que de SITUAÇÕES.
Uma árvore frutífera é linda, MAS faz sujeira.
Você é a pessoa que vê a beleza e o esplendor e que adoraria ter uma no seu jardim para admirá-la todos os dias ou a que só enxerga a sujeira que ela faz e os possíveis problemas que ela pode causar?
Analise bem como você está enxergando o mundo à sua volta. Nem sempre o problema está nos outros.
A forma como você se enxerga determina a forma como o mundo o trata.
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Em partes concordo com o texto, tenho auto-estima baixa mas não me encaixo em muitos aspectos citados