Acordar é uma palavra estranha. Estranha, pois parece simples, mas reparando bem, percebe-se que carrega um significado muito profundo.
“Acordei”, conforme comumente dito, quer dizer, “abri os olhos e saí da cama”. Às vezes ainda meio sonolento, não totalmente desperto, mas acordado. Simples.
Porém, fazendo-se uma análise um pouco mais filosófica, constatamos que um aparente simples acordar pode ter um sentido muito maior. Existencial até.
“Acordei”. Saí da minha zona de conforto. Saí de mim. Percebi tudo o que não me servia mais, e depois de um longo e profundo sono, acordei, despertei de verdade.
Está certo, pode ser que esta análise esteja um pouco contaminada por alguns filmes que gosto ou livros que li. Com certeza ao criar “Matrix”, “A bela adormecida” e “Alice no País das Maravilhosas” (para citar apenas alguns), seus criadores também se valeram deste sentido não tão literal da palavra para criar histórias que transitam entre o dormir e o acordar.
O acordar, despertar, passa a ser visto como algo transcendental, místico, espiritual (atribua o significado que quiser), que vai além do simples abrir os olhos e comunica-se com o abrir a alma, o coração. Com enxergar além do óbvio, além dos limites da própria vida, os que lhe foram impostos e os que nós mesmos colocamos.
É fácil? Nem um pouco. Eu, inclusive, sempre tenho que me “forçar” a fazer coisas novas, assustadoras até, porque a tendência é permanecer onde é conhecido, onde é confortável. A permanecer dormindo.
O acordar aqui é tomar a pílula vermelha de “Matrix”.
É dar adeus ao conhecido e receber o desconhecido de braços abertos. Com tudo o que ele traz.
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