Algumas pessoas sofrem de um sentimento constante de abandono que gera uma grande inquietação, pois sentem que os demais sempre vão deixá-las. Na verdade, elas são muito observadoras. Qualquer palavra ou ação é analisada milimetricamente para confirmar o que tanto temem: “eu sou indiferente para essa pessoa, ela não gosta de mim e não quer ficar ao meu lado”.
Muitas vezes, elas podem se enganar. No entanto, quando entramos em um relacionamento com algum tipo de medo de que a pessoa possa nos abandonar, é possível que isso aconteça. O motivo pelo qual isso acontece é porque o medo é tão forte que essas pessoas estabelecem vínculos de apego excessivo. Esse medo as leva a controlar, manipular e desconfiar do outro. No fim, o relacionamento se desgasta e acaba terminando.
Também é preciso levar em consideração o fato de que os relacionamentos costumam mudar com o tempo. Os amigos que podemos ter agora e as pessoas com quem conversamos frequentemente podem se afastar no futuro. As vidas e os relacionamentos se transformam.
Infelizmente, o sentimento constante de abandono que algumas pessoas sentem as impede de estar conscientes disso. Seu medo de perder os outros as levará a acreditar que qualquer mudança em um relacionamento é negativa.
O apego desenvolvido na infância
Para compreender essas pessoas que têm um sentimento constante de abandono, é necessário prestar atenção na infância delas. Apesar de ser uma fase da qual as pessoas quase não se lembram, ao longo dela se desenvolveu algo muito importante e que marca todas as relações que teremos quando adultos: o vínculo de apego.
“Para ser um adulto independente, certamente deve ter sido um bebê dependente, apegado, cuidado; em poucas palavras, amado”.
-Sue Gerhardt-
O apego é o vínculo emocional que todas as crianças desenvolvem com seus cuidadores. São figuras que satisfazem suas necessidades e lhes trazem segurança. De acordo com várias pesquisas, se na idade adulta temos um sentimento constante de abandono, é porque o apego não se desenvolveu de maneira saudável. Portanto, é possível que na infância existissem algumas carências. A seguir, vamos ver algumas das mais frequentes.
Fatores que provocam o sentimento constante de abandono
– Falta de afeto. Se os cuidadores não abraçam, não dão carinho, não dão afeto físico, a criança vai crescer com falta de carinho. A mesma coisa vai acontecer se a criança nunca ouvir nada agradável. Há inúmeros tipos de demonstrações de afeto que não são apenas físicas e que são necessárias.
– Cuidadores ausentes. Muitas das pessoas que têm um sentimento constante de abandono têm a sensação de que seus pais não lhes deram tanta atenção. Pode ser que estivessem muito centrados no próprio relacionamento, talvez estivessem simplesmente ausentes ou muito ocupados. A questão é que as crianças vão sentir uma ausência profunda.
– Modelo nocivo de relacionamento. A interação dos pais é fundamental na hora de construir a ideia de segurança de que não vão nos abandonar. A presença de infidelidade, por exemplo, costuma ser muito prejudicial para a segurança da criança. Nesses casos, é comum que interprete que todas as pessoas são “infiéis” e que sempre vão deixá-la.
O sentimento constante de abandono é um peso muito grande. No entanto, na infância foi um mecanismo de defesa para sobreviver. Em vez de desenvolver um apego seguro, optou-se pelo desenvolvimento de um vínculo inseguro-ambivalente, que estará presente nos relacionamentos na idade adulta.
Dessa forma, a pessoa sempre vai desconfiar e estar alerta frente a qualquer possível mentira. No entanto, ao mesmo tempo, dependerá da outra pessoa para que satisfaça suas necessidades de afeto.
A repetição dos mesmos padrões
Se você se sentiu identificado com a descrição do sentimento constante de abandono, o mais provável é que tenha entrado em relacionamentos nos quais seu parceiro ou sua parceira tenha sido infiel, nos quais a pessoa tenha sido muito apegada aos pais ou que não prestasse muita atenção em você porque sempre estava trabalhando. De maneira inconsciente, pode ser que você esteja repetindo o padrão de abandono que sofreu na infância. A única diferença é que ocorre em outros contextos e com outras pessoas.
Na primeira vez em que descobrimos o impacto que nossa relação com nossos pais teve em nossa vida adulta, pode ser que tenhamos ficado bravos e jogado toda a culpa do que aconteceu conosco neles. No entanto, é necessário lembrar que eles fizeram tudo que puderam na época. Além disso, agora que você cresceu, você é o único responsável por tudo que faz e pelas decisões que toma. Culpar os outros não vai te ajudar. Você deve, em vez disso, trabalhar consigo mesmo.
A melhor maneira de curar esse tipo de apego excessivo que você aprendeu na infância é desenvolver um trabalho de autoestima. Isso vai permitir satisfazer suas carências para deixar de querer que os outros o façam. Comece a cultivar sua segurança. Isso te ajudará a confiar tanto em si mesmo quanto nos outros. Dessa forma, você poderá desenvolver relações saudáveis.
Tenha em mente que você não pode controlar o que aconteceu com você quando era uma criança. Mas, agora que você cresceu, pode decidir se quer resolver. Para isso, o mais importante é tomar as rédeas dos seus próprios pensamentos. O caminho que leva às relações saudáveis não é fácil, mas vale a pena.
Fonte indicada: A Mente é Maravilhosa
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