Florada
Jardim, quantas flores em você tantas cores. Algumas flores rentes ao chão, outras despontam do alto de árvores robustas. Outras surgem lindas de galhos aparentemente secos. Mas, antes de serem flores, eram sementes… Rompimento. Dor.
Germinação. Alegria. Dor. Nascimento. Alegria. Dor. Crescimento. Dor. Alegria. Novos romperes, novos rasgos. Florada. Ufa… Tudo isso para florescer?
Jardim respondeu: – Sim. “Por mais sofrido que seja, é assim”.
É assim para que o pássaro que espalha sementes, seja. Para que a abelha que poliniza, seja. Para que o outono que faz cair folhas, temperatura e luminosidade, seja. Para que a chuva que rega e refresca, seja. Para que a tempestade que encharca e nos faz parar e redefinir manejos, seja. Para que o sol que aquece e fornece luz, seja. Por aí, por aqui, ali e acolá, há muitos “Para quês” que dão sentido às dores e nos encorajam a mexer nelas. É trabalhoso, dói, mas é daí que desengavetamos potências e produzimos beleza.
Falei para Jardim: – acho que entendi…então, a dor É para que a alegria seja?
– Sim! E lembre-se: Tem que mexer na terra para adubar e flores-SER.
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Thaty Araújo- página da autora
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