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Nossa tristeza precisa de empatia, não de ignorância

Por Alicia Garrido Martín

Empatizar com a tristeza é, às vezes, uma tarefa complicada. A empatizar com a tristeza que sentimos implicaria, em primeiro lugar, em admitir que ela existe. Não a envergonhe por aparecer, nem a esmague por existir. A tristeza nos fala de uma dor que tocou nossa alma, uma dor que dói e que precisa doer.

Seria fácil aceitar nossa tristeza e abrir espaço para isso, se não fosse porque ficar triste em muitas ocasiões é mal considerado. “Não há tempo para tristezas. Há apenas uma vida e isso é ser feliz e sorrir. Não vale a pena ficar triste. ” Quantas vezes você ouviu isso? Isso soa familiar?

Claro que há apenas uma vida, e é claro que seria ideal sermos alegres a maior parte do tempo e não ter problemas que corroessem nossa existência. Mas o fato é que existem. Porque a vida é luz e é escuridão. E ambas coexistem no mesmo espaço e ao mesmo tempo.

A tristeza precisa ser ouvida para ser entendida

Percebemos a clareza da luz graças aos momentos em que estivemos na escuridão. Graças à escuridão, a luz se torna uma salvadora e nos mostra com sua sabedoria brilhante. Portanto, continuando com essa bela metáfora, como não podemos entender a tristeza da mesma maneira?

Graças a desapontamentos, despedidas e, em geral, aos golpes que a vida nos dá, podemos abstrair significados, dar sentido. Graças a isso, aprendemos as lições que nos moldarão como pessoas, assim como os grãos de areia vão formando a praia.

As experiências dolorosas são filtradas em um poço de sabedoria. A escuridão inevitavelmente se torna luz. Torna-se aprendizagem e nos mostra o que devemos entender sobre essa experiência. Portanto, tome seu tempo para estar com sua tristeza, para compreendê-la. Para entender o que está machucando você e qual é o significado dessa dor em sua vida.

Cerque-se de pessoas que não desvalorizam a sua tristeza

Ninguém pode tirar nossos sentimentos. Não com argumentos banais como “não vale a pena você chorar” … Chore se é isso que você precisa !, porque vale a pena, porque a sua dor vale a pena. Sua dor tem valor neste momento da sua vida. Chore se você precisar. Chorar alivia e desestressa. Isso ajuda a acalmar o tormento interior. Drene sua dor

Coloque a música que você quer. Acompanhe sua dor quando se sentir mais calmo. Cuide-se, cuide de cada uma das suas emoções. Dê-lhes espaço para entendê-las. Se elas aparecem, é porque há algo em sua alma que precisa ser ouvido e levado em conta. Cerque-se de pessoas que sabem valorizar você e suas emoções.

Pessoas que não o descartam como fraco por estar triste ou que queiram arrancar sua tristeza sem ter empatia com ela. Não há dor maior do que compartilhar informações sobre a ferida que não é bem-vinda e até é ignorada ou menosprezada. Esse sentimento de não se sentir ouvido ou valorizado aumenta ainda mais a tristeza e a torna mais pesada.

Compartilhar a dor alivia mais do que ignorá-la

Lembre-se, se não, aquela vez que você compartilhou sua dor com aquele grande amigo que teve e que longe de querer tirar seu sentimento com uma frase feita e “normalizada”, estava ao seu lado e ao lado de sua tristeza. Deixando-a existir, e acolhendo-a por um tempo no grupo que formou os três. Você falou, chorou e até o humor acabou escorregando entre as palavras e frases sem ordem.

Essa é a verdadeira companhia da dor. A companhia que acolhe e cuida. Uma companhia que respeita os tempos e não entende pressa. Uma companhia sábia que abraça a dor. Ela a abraça tanto que fica ainda menor. O sentimento se acalma e a sensação dessa dor aparece com maior nitidez.

Sentido isso nunca vai aparecer se removermos a tristeza do coalho, sem nos importarmos e sem nos aprofundarmos nele. Então, abrace-se em sua dor e deixe que te o envolvam nisso. O alívio será uma consequência imediata quando você der com a companhia (primeira) correta, e essa companhia… Como você bem sabe neste momento, não é outra senão a SUA.

La Mente es Maravillosa – via Revista Pazes

A Soma de Todos Afetos

Blog oficial da escritora Fabíola Simões que, em 2015, publicou seu primeiro livro: "A Soma de todos Afetos".

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