Você está frustrado. As pessoas não te valorizam. Não reconhecem tudo o que você faz, a importância da sua dedicação, a falta que você faria se parasse agora, se jogasse tudo para o alto.
Você está cansado. Afinal, é maçante carregar o mundo nas costas. E, além de tudo, você ainda se preocupa com os problemas do mundo, com ajudar os desconhecidos, com desempenhar a sua missão de vida, com se tornar uma pessoa melhor, com se desenvolver espiritualmente. Ufa! Na verdade, ainda tem várias coisas numa “lista de espera”…
Além disso, percebe que os seu colaboradores não dão o seu melhor. Mesmo que você cobre, mesmo que fale com jeitinho, mesmo que rode a baiana, eles seguem o ritmo deles, não estão muito importados com a coisa não. E isso te desafia. Profundamente. E diariamente.
Você, sim, se importa em fazer o melhor possível. O mais perfeito possível. Para o maior número de pessoas possível. O tempo inteiro.
E, entre cansaços, quedas e retomadas, percebe que algo pode ter ficado para trás. Algo bem importante. Você.
E essa percepção pode vir de uma forma sutil, mas, muitas vezes, vem na forma de um alerta vermelho piscante: uma doença. Física e/ou mentalmente, o corpo começa a gritar: SOCORRO! Ainda existe alguém aqui?!
E então você para para pensar e vê que, na verdade, o alerta já veio antes, várias, vezes, suave e bonitinho, mas você fez que conta que não viu. Ou deixou para depois, “quando sobrasse um tempo”.
E agora a vida faz você arrumar tempo “na marra”. Psiu – diz ela – está na hora de para e olhar para si! Já não dá mais para empurrar com a barriga, não! Viver não é isso que você está fazendo, não é só isso… É muito mais…
Viver é sentir! É se sentir! Se olhar, se resguardar, se cultivar, se amar!
No fundo, viver é uma atitude MAIS PARA DENTRO DO QUE PARA FORA… Bem diferente do que você estava fazendo até agora. Não é para os outros, é para si. Não importa como eles fazem, como eles reagem, o que eles pensam. É como você lida com isso, como você lida com tudo.
Então, se está um caos aí dentro, a culpa, ao fim e ao cabo, é sua… Não vá esperar que os outros venham e ponham ordem na sua casa emocional. Até porque só você tem acesso, mesmo que eles quisessem. Aí, nesse lugarzinho tão especial, só você pode entrar…
E antes tarde do que nunca pôr fim a essa bagunça toda. Ainda que, a princípio, levante mais poeira e pareça que só está piorando…
Crie coragem, entre, abra as janelas, deixe a luz penetrar, nem que seja só um filete no começo, já vai dar para enxergar melhor. Bata os tapetes, erga os móveis, deixe passar um ar, afaste os fantasmas – ou se torne amigo de todos eles!
Vai tomar um tempinho, vai, vai dar um trabalho, sim, mas afinal, enquanto ainda há vida pulsando nas suas veias, enquanto mais uma chance lhe for dada, o melhor a se fazer é pôr as mãos na obra. Na obra prima que é você!
Se colocar em primeiro lugar, ao menos uma vez, ao menos agora. Deixar de lado as “materialidades” e “praticidades” da vida e olhar para as “questões da alma”.
Sempre há uma chance, sempre há uma saída, quando se tem vontade de viver e quando se encara o que surgir com o coração aberto. Afinal, se a existência em si já é um tremendo milagre, vamos duvidar do quê?!
E resto todo, como fica? Bom, lhe garanto que o mundo vai continuar girando, e girando, e girando, esteja você aqui ou não.
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Creio que o título tem caráter provocativo.
Esta frase é de Sigmund Freud (1856-1939), pai da psicanálise, a uma paciente com a intenção de propor reflexões de que aquilo que ela se queixava, teria de alguma forma, sua permissão, sua responsabilidade.
Hoje caberia assim:
Temos como hábito, em rodas de conversas no trabalho, nos bares, nas redes sociais, e às vezes nas atividades, culpar o governo, o chefe, o fulano, os vizinhos, os políticos de todas as nossas mazelas da vida. Cruzar os braços e ficar apenas apontando culpados seja de ordem pessoal ou social é, sem dúvida, um caminho para a infelicidade que somente é nossa pessoal.