Às vezes a gente acorda e dar um tempo parece ser a melhor opção. Dar um tempo de tudo: das situações em que entramos, das nossas coisas e de certos relacionamentos que mantemos, inclusive. Mas dar um tempo não é adiar a vida ou fugir dela. Dar um tempo também não é para ficarmos invisíveis aos problemas ou alheios aos sentimentos de quem nos importamos. Às vezes dar um tempo é o nosso jeito de colocar a vida nos eixos, só isso.
Às vezes dar um tempo das situações é respirar de longe. Mas longe mesmo. Porque o corpo pede e a alma necessita recarregar as energias. De vez em quando esse é o caminho mais saudável para nos curarmos, para nos reerguermos. Não dá para segurarmos tudo o tempo inteiro. A gente também cansa e, sem mais nem menos, tropeçamos em nossas escolhas. Dar um tempo é bom porque ajuda nessas entrelinhas. Evita da gente se machucar e também da gente ferir.
Às vezes dar um tempo das nossas coisas é o que precisamos para repará-las sob outra perspectiva. Para separarmos o que será aproveitado e o que o deve ser descartado. Porque não faz sentido o acúmulo, o apego, o não deixar certas coisas irem embora. Algumas deixarão espaços difíceis de serem preenchidos, é verdade. Mas outras simplesmente não servem mais, e acontece. É aí o momento em que renovamos, em que mudamos de prioridades, de gostos.
E às vezes dar um tempo de certos relacionamentos significa amadurecimento. Amadurecimento para diferenciarmos se algumas dessas relações são presenças ou ausências. Se algumas ainda são amores que somam ou laços que sufocam. O quanto antes perdemos o costume de insistirmos nos relacionamentos vazios e sem uma via de mão dupla, mais conseguiremos escapar das ilusões que o coração nos prega vez ou outra.
Às vezes dar um tempo é o nosso jeito de encontrar um equilíbrio que seja acolhedor e gentil ao nosso interior, só isso.
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