Criança tem medo mesmo. Inclusive, o medo é um sinal de inteligência, pois demonstra que a criança é capaz de reconhecer o perigo e fazer algo para escapar dele!.
O problema é quando um medo natural passa a ser algo desproporcional e que começa a limitar as experiências da criança, até mesmo em ambientes seguros.
Neste caso, preste atenção ao comportamento da criança, acolha, tente compreender e ajude-a a entender o quanto é real e o quanto é fantasioso o que ela está sentindo.
Aqui vão algumas dicas para ajudar você a lidar com os medos dos pequenos:
1 – Nunca ria ou zombe do medo da criança, o que é óbvio para você, não é óbvio para ela. A criança está aprendendo a interpretar o mundo, e precisa da sua ajuda para aprender a discernir o que real, do que é fantasia. Ouça, faça perguntas de forma clara, para auxiliá-la a racionalizar o medo. Por exemplo, se a criança tem medo de cachorros, explique que é natural, no caso de ser um cão desconhecido. Mas que, no caso do cão mansinho da vizinha que está preso na coleira, não há porque temer. Não é preciso tocá-lo, mas não é preciso deixar de brincar na pracinha porque o cãozinho está lá.
2 – Medos noturnos são bem comuns. Há crianças que têm medo do “monstro debaixo da cama” ou do “monstro do guarda-roupa”. Para ela, quando tem 4, 5, 6, até 7 anos, eles são reais. Ajude-a a levar na brincadeira… Compre um borrifador de água e diga que você descobriu uma fórmula mágica de fazer monstro desaparecer. Misture na água coisas inofensivas como um pouco de lavanda infantil, limão, um pauzinho de canela, uns cravos da Índia… faça um rótulo com a criança bem divertido, como “ESPANTA MONSTRO” ou “DERRETE MONSTRO”. Deixe ao lado da cama e diga que se ela achar que o monstro vem vindo é só espirrar a fórmula mágica!
3 – Ajude-a a reconhecer os barulhinhos da casa quando já é noite, tudo fica silencioso, para que a família possa dormir. O tic-tac do relógio da cozinha, o ronco do papai, o ressonar do cachorro, o ruído da caixa d’água, os latidos na rua, os gatos no telhado… e assim por diante… Às vezes a criança tem medo desses barulhos, simplesmente porque não sabe nomeá-los, não sabe de onde eles veem.
4 – Não force a criança a enfrentar o medo, acreditando que um tratamento de choque é a solução. Não é! O enfrentamento forçado pode piorar a situação e levar a criança a desenvolver quadros mais sérios de fobias e até depressão e síndrome do pânico. Acolha, console e garanta que se você está junto dela naquela situação, é porque não há nada que ela precise temer. Mostre confiança e que ela pode confiar em você.
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