De acordo com o dicionário, ignorância é: “estado de quem não tem conhecimento, cultura, por falta de estudo, experiência ou prática”. Na vida aqui fora, no entanto, é um pouquinho mais complicado.
Chovem ignorantes com muito mais frequência do que chove água nos Reservatórios da Serra da Cantareira!
Seria uma bênção haver seca de ignorantes em vez de seca de água na torneira, no chuveiro ou no vaso sanitário; que é, a propósito, um ótimo lugar para mandar os ignorantes irem esfriar a cabeça.
Uma das características mais impressionantes dos ignorantes – no mau sentido -, é a sua boca frouxa. Sim, quanto mais ignorante for o sujeito, mais direito vai achar que tem de proferir suas “brilhantes” considerações acerca de rigorosamente TUDO.
Todo mundo já teve o seu ignorante de estimação, inclusive os ignorantes. Sim!!! Porque neste caso, em particular, ainda há justiça neste mundo!
Tem gente que já topa com um ignorante ao ver a luz pela primeira vez. E isso não é mesmo assunto para brincadeira. Infelizmente há inúmeras mulheres em nosso país que ainda sofrem violência obstétrica. Caso você não saiba, a violência obstétrica pode ser configurada por cesarianas desnecessárias, separação do bebê saudável da mãe ao nascer ou tratamento ríspido por parte de médicos e enfermeiras. Numa situação desse tipo, muitos pais por falta de conhecimento – e aqui sim se aplica o sentido literal de ignorância -, acabam como vítimas de profissionais de saúde que agem de forma ignorante, quando se supõe que deveriam estar aptos em teoria, prática e experiência.
Tem gente que topa com um ignorante ao ir à escola pela primeira vez. São crianças entregues pelos pais às instituições de ensino, na confiança de que seus filhos serão acolhidos, aceitos, ensinados e educados, conforme normalmente rezam os planos políticos pedagógicos destes estabelecimentos. Infelizmente, não raras vezes a realidade não é bem assim. Proliferam escolas convertidas em empresas para dar lucro aos seus mantenedores, cuja formação dos professores é negligenciada. É mais comum do que se possa supor que aquela mocinha que sorri na porta da sala de aula, sorria bem menos quando a sós com seus alunos. E quem dera a falta de sorriso fosse o único ou o maior problema. É assustador a quantidade de “educadores” que sequer conhecem a fundo o desenvolvimento cognitivo, social e psicológico das crianças. Infelizmente há muitos “educadores” que exercem sua profissão de maneira mecânica e desinteressada.
Os exemplos supracitados, meu estimado leitor, não foram escolhidos aleatoriamente. De jeito nenhum. A intenção é convidá-lo a refletir sobre a seguinte ponderação: se a ignorância ocupa espaço nos hospitais e nas escolas… o que podemos esperar do resto do mundo?
Descruzemos os braços! O melhor remédio para a ignorância não é ignorá-la! É, ao contrário, encará-la de frente e fazer tudo o que for preciso para erradicá-la!
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