É muito ruim termos a sensação de que fomos largados, preteridos, deixados de lado, bem no escanteio da vida de alguém, seja um amigo, um familiar, seja um amor. Costumamos nos apegar fortemente às pessoas que fazem parte de nossa jornada e nos acostumamos com aquela presença em nossas vidas. Então, quando nos deparamos com a possibilidade de ali haver ausência, meio que perdemos o rumo, doendo fundo os nossos sentimentos.
Isso porque muitos de nós, infelizmente, acabamos colocando grande parte de nossa felicidade nas mãos dos outros, criando uma dependência do que vem de fora, diminuindo mais e mais nosso próprio potencial. Passamos, assim, a relacionar nossa alegria ao que somos perto de alguém, como se, sozinhos, fôssemos incompletos. Como se, não tendo ninguém ali ao lado, houvesse tão somente vazio e solidão.
Com isso, há muitas pessoas incapazes de se sentirem bem sozinhas, enquanto depositam toda a carga afetiva no outro, não deixando nem um pouquinho ali dentro de si. Vivem em função de todo mundo, menos de si mesmas. Não é à toa que se vê tanta gente se importando mais com a opinião alheia do que com o que existe dentro do próprio coração, lutando solitariamente para manter amizades, relacionamentos e situações que já se foram, já terminaram.
Ninguém merece batalhar sozinho por uma relação a dois. Ninguém merece se sujeitar a procurar pelo outro, a ponto de humilhar-se, enquanto recebe ecos vazios de volta. Ninguém merece ter que implorar por um simples olhar, na esperança vã de que o sentimento consiga encontrar algum resquício de reciprocidade em terrenos áridos, desérticos. Mas a gente tem que se merecer primeiro, para poder ser digno de merecimento.
É preciso amar-se. Amar quem somos, o que temos, nossos sonhos, nossa essência. É preciso amar nossas conquistas, nossas marcas, nossas cicatrizes. Nosso corpo, nosso rosto, nossos gostos, nossa voz. Sentir-se único e especial. Amar-se o bastante para não aceitar menos do que merece. Para conseguir seguir, sempre em frente, mesmo quando for deixado para trás.
*O título deste artigo baseia-se em citação de @psico.luciana
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