Akai Ito. “Fio vermelho do destino”. É uma lenda belíssima que diz quando duas pessoas estão amarradas por uma corda vermelha, estarão, inevitavelmente, predestinadas a serem uma da outra. Um fio completamente maleável e infinito. Que atravessa o tempo, o espaço, o desencontro, o reencontro, as saudades. É aquele fio que laça duas pessoas para serem alma gêmeas. O fio estica, emaranha-se, ameaça romper-se chegando a ser quase nada. Um sopro de esperança. Porém, não rompe.
A gente encontra aquela pessoa que imediatamente desperta na gente um amor que, até então, imaginávamos nunca poder sentir. Sentimos. Parece um sentimento totalmente desconhecido até então em nossos dias; talvez esse não seja um sentimento novo, só esquecido na memória do destino de vidas passadas — se é que você acredita nisso.
Relacionamento não é fácil, sabe… nunca estamos preparados para adentrarmos na profundeza do outro. A gente se entrega, se envolve, vive. E tudo é encanto e alegria. Mas de fácil a vida não tem nada. E por inúmeros — ou pequenos — motivos a separação. Cada um para um canto, com dor, desencanto. Dói, né? Às vezes não era para ser. Às vezes era para ser aprendizado. Às vezes era caminho, percurso, mas não o fim, enfim; percebemos que não era para ser quando não há porque insistirmos no que acabou, a desistência é fácil.
A verdade é que quando é para ser não há rompimento que separa a gente de quem amamos. Podem passar semanas, meses, anos, pessoas, relacionamentos que a gente sempre está lá conectado com o coração um ao outro; nem percebemos os caminhos que sempre se cruzam. Tentamos resistir, não insistir, permitir-se seguir. Porém, para o mesmo abraço desejamos voltar, morar, ficar.
“Akai Ito” me parece uma explicação plausível para a gente, por mais que não enxergamos o que tanto nos une, nada nos separa. É só fechar os olhos e estou vendo seu sorriso; é só abrir os braços sinto você chegando para me abraçar; é só deitar que sinto o seu corpo próximo ao meu; é só pensar no futuro que penso suas mãos dadas as minhas… laçadas não por um fio vermelho, dourado e de metal unindo o que nunca jamais deixou de ser junto; mesmo que, por um instante, “separados”.
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