Ana Macarini

Tem gente que é igual a algodão doce: enjoativa e inconsistente!

Eu aprendi a desconfiar de gente muito “fofa”! Sabe aquela pessoa que não tira o sorriso do rosto nunca? Que fala mansinho e baixinho? Que semicerra os olhinhos sempre melosos?

Pois fuja dessa armadilha!

E de verdade, não tenho a menor simpatia por gente grossa, sem noção e que sai distribuindo “sinceridades” por aí como se isso fosse uma grande virtude. Não é isso!

Veja bem, gentileza é uma coisa, grosseria é outra, casca grossa uma terceira e dissimulação, a pior de todas as piores facetas inescrupulosas da raça humana.

É fato que, nem eu, nem você, nem ninguém é modelo inviolável de virtudes. Temos todos nós nossos pontos fracos, nossos lados sombrios, nossos segredos. Ter uma conduta reta e equilibrada é dificílimo. Temos de vencer todos os dias nossas tendências egoístas para melhorar um tiquinho a cada vez que colocamos os pés para fora da cama.

Não há milhares de Gandhis, Madres Teresas ou Mandelas andando por aí. Gente de alma pura, força de caráter e ideais humanitários verdadeiros são tesouros raros. Não há pretensões de santidade para nós, reles mortais. Isso é uma coisa… outra coisa é esconder por trás de um comportamento doce e polido, as reais intenções nefastas.

Certa vez tive o desprazer de trabalhar com uma pessoa que era o próprio algodão doce, com um agravante severo: era um algodão doce saltitante! Sabe essas pessoas que vivem em festa? Pois é. Para piorar ainda um pouquinho o quadro, já desastroso, a moça vivia recitando frases de autoajuda que aprendia, numa dessas organizações que se propõem a conduzir pessoas a despertar seu enorme potencial mental, psíquico e espiritual, por meio de práticas filosóficas e iniciáticas. Sabe como é? Pois é.

A mulher era um verdadeiro porre de champanhe! E para completar era absoluta e escancaradamente incompetente; usava pois, toda essa encenação de simpatia explícita para camuflar a sua absurda falta de preparo e habilidade para o ofício, que fazia de conta exercer.

Não gosto nem de me lembrar, que já me dá um revertério aqui por dentro. No entanto, devo confessar uma coisa aqui do fundo da minha alma: sou profundamente grata a essa criatura! Sim!!! Gratíssima, aliás! Com ela aprendi a como não ser, não me comportar, não me expressar, não fingir que sinto o que não sinto!

Gente algodão doce tem essa única serventia nesse mundo: posar de modelo para nos orientar a combater a tentação de simular sentimentos e dizer palavras que não são condizentes com aquilo que pensamos!

Sejamos gentis, porque gentileza é sinal de maturidade emocional! Mas evitemos a qualquer custo dar a nós mesmos a permissão para enganar os outros com sorrisos encenados, palavras vazias e fingimentos.

O mundo real agradece!

Ana Macarini

"Ana Macarini é Psicopedagoga e Mestre em Disfunções de Leitura e Escrita. Acredita que todas as palavras têm vida e, exatamente por isso, possuem a capacidade mágica de serem ressignificadas a partir dos olhos de quem as lê!"

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