“Você é muito sensível, leva as coisas sempre ao extremo”. Esta é, sem dúvidas, uma das frases mais comuns que muitas pessoas escutam diariamente. Essa mensagem é recebida de várias maneiras: há quem a considere incômoda e até dolorosa, e há quem, por outro lado, chegue a duvidar de si mesmo, se perguntando se realmente está perdendo o controle.
As palavras podem nos machucar mais do que qualquer arma, disso sabemos bem. A isso adicionamos outro fator não menos importante: a forma como interpretamos determinadas mensagens. Alguém fala uma frase que não esperamos, uma série de palavras que nos pegam desprevenidos e que não sabemos muito bem como processar nem digerir.
“Não me importa o que diga de mim. Me importa o que compartilha comigo”.
– Santosh Kalwar-
“Você é muito sensível. Não podemos lhe dizer nada. Sempre exagera nas coisas”. Por mais curioso que pareça, esta mensagem é uma das mais repetidas em muitas de nossas relações e, por outro lado, uma das que mais nos afeta.
A razão pela qual esta construção de advérbios, verbos, substantivos e artigos tem um impacto negativo em nossa mente é por um fato muito simples: invalidam nossas emoções. Um bloqueio deste calibre afeta inclusive nossos pensamentos, fazendo com que nos perguntemos se realmente temos algum problema.
Devemos, portanto, entender o que há por trás desta frase, o que a pessoa que a diz realmente pensa, e o que devemos fazer nestas situações.
“Você é muito sensível”, quantas vezes escutou isso em sua vida?
Ana acaba de sair para tomar um café com seus colegas de trabalho. No meio da conversa, justo quando estava explicando que nos últimos meses não tem tido sintonia com sua chefe e que tem sido difícil atingir os objetivos propostos, uma de suas colegas lhe diz o seguinte “Pare com isso, você é a preferida, o que acontece é que você é muito sensível e leva tudo ao extremo”.
Depois de escutar isso, Ana ficou em silêncio. Agora, depois de sair da cafeteria de cabeça baixa e pensativa, tenta processar o comentário com um pouco mais de calma. Sabe que lhe caiu mal e que essa mensagem doeu por uma razão evidente: a relação com sua chefe é muito tensa, elas não concordam com as mesmas coisas e seu trabalho lhe exige muito. Esse comentário doeu porque sua colega não foi capaz de ser receptiva diante de uma preocupação real.
Este exemplo é algo que a maioria pode achar familiar. No entanto, algo que pode acontecer também é o fato de chegarmos a duvidar de nós mesmos. Será que vejo coisas onde elas não existem? E se eu estiver realmente perdendo o controle? Antes de chegar a esta conclusão, reflita sobre as seguintes ideias.
“O cérebro emocional responde a um evento mais rapidamente que o cérebro racional”.
– Daniel Goleman –
O que significa ser “muito sensível”?
Em primeiro lugar, temos que esclarecer um fato importante: “ser muito sensível” não significa ser “altamente sensível”. As duas coisas podem ser muito diferentes.
– Consideramos como “sensíveis” as pessoas que interagem com os demais e com aquilo que as envolve a partir de um ponto de vista emocional. Costumam levar muito em consideração a qualidade das relações e as pequenas nuances nas interações humanas. Falam com franqueza sobre seus estados de humor e costumam valorizar a sinceridade e o respeito alheio. Quando isso não acontece, sofrem ou se sentem contrariadas.
– De acordo com a teoria dos 9 afetos de Tomkins, cada pessoa tem um guia próprio sobre como entender e se relacionar com as emoções. Assim, é comum que existam pessoas que, longe de compreender os estados internos do resto dos indivíduos, reagem tratando-os como exagerados.
– Algumas pessoas, longe de serem empáticas com nossas realidades emocionais, as veem como incômodo.
Por isso, existe quem enxerga comportamentos exagerados em padrões emocionais completamente normais. O que acontece é que essa emocionalidade ou esse estilo de personalidade nem sempre é compreendido por nossos ouvintes.
Não deixe que firam seus sentimentos
Cada pessoa reage de um modo diante de um mesmo evento, cada um tem uma forma particular de entender e sentir o mundo, e inclusive de viver a vida. Quando alguém nos diz que somos muito intensos, muito alegres, muito sensíveis ou muito emocionais, esta é uma maneira de entristecer nossa personalidade, de invalidar nossa forma de ser.
A palavra “muito” tem aqui uma conotação negativa e, portanto, seria mais prudente fazer uso de outros termos e de outro tipo de discurso. Ao invés de fazer uso da batida frase “você é muito sensível”, seria ideal escolher outra mais útil e produtiva: “Vejo que isso está te afetando, como você vai resolver? Em que posso ajudar?”.
Dado que não escutamos essa última mensagem tanto quanto gostaríamos, é necessário fazermos uma simples observação pessoal quando alguém nos rotula como “hipersensíveis”. Ser sensível, ver o mundo a partir de um foco emocional, não é algo negativo e menos ainda repreensível. É o que somos, o que sempre tivemos, e é assim que nos sentimos…
Não deixe que uma frase pouco acertada de alguém que ainda não é capaz de entender como você é na realidade o afete muito.
Fonte indicada: A Mente é Maravilhosa
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