Você já se fez essa pergunta hoje? Ou ao menos esse ano?

Que a vida passa rápido, não temos dúvida. Uma hora estamos nos arrumando para ir ao colégio, na outra estamos entre um emprego e outro, tentando equilibrar as contas.

Contudo, o intervalo entre um momento marcante e outro é constituído daquilo que faz de nós, nós. Deixe-me explicar melhor.

Algumas coisas são inevitáveis. Crescer, trabalhar, se relacionar com outras pessoas, pagar contas, dormir, acordar, comer. O que fazemos no meio disso tudo é onde está a vida de verdade.

Essas atividades que citei são básicas para sobreviver, as quais muitas vezes se dão no automático. Veja se essa situação lhe parece familiar: você acorda atrasado, depois de desligar o botão “soneca” algumas vezes, ainda cansado, toma aquele banho gelado, um café correndo, e corre para o trabalho. Lá, é submetido a metas e prazos e a várias pessoas que só falam de fins de semana e férias. Ao bater o sinal do final do expediente, só quer ir para casa, se jogar no sofá e assistir aquele jogo/série com o qual sonhou o dia todo. Tudo bem, generalizei um pouco, mas você entendeu a ideia.

O que quero dizer é que este é um dia automático, programado, e que na conta final de sua vida será um dia a menos, e não um dia a mais. Agora, tente isso. Acordar logo quando toca o despertador e colocar uma música gostosa enquanto se arruma (com mais tempo, da até para pensar nisso). Depois, se dirige ao trabalho calmamente e consegue contemplar o dia, o céu, as nuvens e até a chuva, lembrando-se de que está vivo. Em seguida, no trabalho, acha intervalos para apreciar seus colegas e a natureza de seu trabalho (deve ter alguma coisa nele que você goste, se não, procure outro, já). Ao invés de ir para casa, combina um cinema, teatro ou um barzinho com amigos, e aproveita um pouco mais esse dia que está passando.

Apesar do óbvio exagero e da forma poética como descrevi o dia, e que seria impossível de replicar diariamente, o que quero dizer é: encontre aquele momento, nem que seja um, que faça tudo valer a pena.

Pode ser contemplar o céu por alguns minutos, conversar com um amigo, ler um livro ou simplesmente comer algo que goste. Porém, não deixe o dia passar sem ser realmente apreciado.

Ao final, não nos lembraremos das grandes metas, mas das pequenas coisas que fizeram da vida insubstituível.

Carolina Cavalcanti Pedrosa

"Curitibana, com o coração no mundo. Adoro escrever, ler, um bom filme e passar o tempo com minha família e amigos. Gosto de colecionar momentos. Vejo a vida com olhos de poesia, e transformo tudo em palavras. Encontro nelas meu refúgio e minha forma de espalhar amor e luz no mundo. Que elas possam deixar seu dia mais feliz e seu coração mais leve. Vem comigo?"

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Carolina Cavalcanti Pedrosa

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