Eu não estou ansiosa, eu sou ansiosa. Esta é, basicamente, a minha resposta diária para todo mundo que pergunta: com o que tanto você está ansiosa?
Ser ansioso é estar ininterruptamente com a cabeça receosa, quer tenham motivos para isso ou não. É sofrer duas vezes: quando, de fato, algo ruim acontece. Mas também antes de acontecer, apenas pela ínfima possibilidade de que, talvez, quem sabe, por acaso, aconteça. É como enxergar o mundo através de uma lente de aumento, sempre atento aos detalhes mínimos, inclusive os insignificantes.
A vida já é complicada o bastante com os problemas que aparecem no caminho. Viver então, junto aos problemas que não existem, é tornar a existência tão desafiadora quanto exaustiva. O sistema nervoso simpático fica em constante alerta a qualquer sinal de luta e fuga e, na maioria das vezes, estou lutando comigo mesma e gastando as minhas energias em uma fuga do nada pra lugar nenhum.
Ansiedade é ter medo do futuro o tempo todo e, por isso, não conseguir avançar até ele. O relógio interno que temos funciona diferente do resto do mundo. Cada hora é muito longa e se arrasta pra passar e nunca parece que passou. A sensação é de estar preso ao agora e não conseguir ir para frente. Porque ali adiante algo ruim me espera, então é melhor eu ficar aqui. É penoso estar à mercê do acaso, ainda mais quando o desconhecido é tão apavorante. Ser ansioso é renunciar às escolhas e oportunidades por não saber como lidar emocionalmente com os infinitos questionamentos que aparecem imediatamente.
Eu, assim como você, também estou cansada de arrancar todas as peles dos cantos das unhas. De ver meu cabelo caindo fio a fio pelo chão da casa. De acordar no meio da noite como se tivesse levado um soco no estômago. De olhar para as pessoas que me amam e imaginar o que elas estão planejando fazer para me magoar. De perder a fome na metade do prato. Do coração martelando. Do choro se transformando em ânsia.
Algo que tenho feito – para tentar respirar de vez em quando – é racionalizar meus medos a fim de encarar frente a frente o monstro que está me ameaçando. E, na maioria das vezes, sequer era um monstro, era só um cabideiro no canto da parede.
Então, quando algo começa a me incomodar, a mão suar, a taquicardia aparecer, eu divido o medo em 3 etapas:
1° O medo que estou sentindo é de algo que pode realmente acontecer?
2° Existiram motivos até agora para eu começar a me sentir assim?
3° É uma possibilidade real ou uma possibilidade indagativa baseada no “talvez”?
Esses passos são importantes para desmistificar os nossos medos. É como tirar a máscara do monstro e ver que era uma pessoa. Temos que tirar as máscaras das nossas incertezas para descobrir que não era uma ameaça, era apenas uma insegurança e com isso podemos lidar. O que não quer dizer que estamos a salvo dos problemas reais que nos cercam mas, para lidarmos com eles, temos que ter poupado o nosso emocional, e não lutando contra ameaças ilusórias.
Autossabotagem existe e temos que nos vigiar de perto para salvar a gente da gente mesmo! Todo ansioso sabe como é estar vivendo um dia tranquilo no ápice de felicidade e, repentinamente, sem que nada tivesse ativado o gatilho, sentir a respiração falhar e pouco a pouco estar alheio à tudo que está acontecendo em volta e ficar preso num ninho de pensamentos negativos. Depois disso, a quantidade de dias que vou ficar com esses problemas brotados na minha mente é um mistério. Por isso é tão importante analisar essas ilusões de maneira tão racional, como se estivéssemos fazendo um cálculo do pouso de um voo.
É preciso fazer listas, enumerar, seguir etapas e se conhecer. Saber o que te acalma, o que alivia sua mente. Basicamente, construir um forte dentro de nós, com os equipamentos de segurança que precisamos, suprimentos para nos fortalecer; assim, em todos os momentos caóticos, vamos ter um espaço seguro dentro da nossa mente para nos abrigarmos até a crise passar.
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