Lendo o maravilhoso livro do grande Mario Sergio Cortella “Viver em paz para morrer em paz”, eu me deparei com um texto que me fez refletir bastante, intitulado “O raio da paixão e a construção do amor”, no qual ele falava que o amor é construído no dia a dia e nas pequenas coisas, nas mais singelas possíveis é que o amor é nutrido e pode continuar forte por amor a fio. Leia com bastante atenção esse trecho logo abaixo…
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“Assim, o amor é uma sensação de pertencimento recíproco que almeja a plenitude. No fundo, o amor é uma identidade, pois eu me encontro no outro ou na outra. O amor tem turbulências, mas ele não é confrontante, e sim conflitante. O amor, ao contrário da paixão, oferece paz – sendo que paz não é ausência de conflitos, e sim a capacidade de administrar conflitos para que não haja ruptura. Assim, se você consegue guardar o meu amor, se cuida dele, eu fico. Mas, se não cuida nem guarda, eu parto. Há também os casos em que o amor não é cuidado e nem guardado, mas a pessoa resolve ficar mesmo assim. Nesses casos, isso é conveniência e não convivência.”
Mario Sergio Cortella
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Eu fiquei encantado com essas palavras e com a imensa sabedoria do Cortella. Milhões e milhões de pessoas vivem esses “amores de conveniência” e não convivem de fato com a pessoa amada, ou supostamente amada…
Assim como o Cortella, eu também amo conhecer as raízes das palavras. Conveniência vem do latim convenire, que significa “concordar, fazer um pacto”. Se você prestar bastante atenção pode levar inclusive essa reflexão para sua própria vida, além de acrescentar pessoas que você conheça.
Responda com bastante sinceridade! Normalmente, quem são as pessoas que mais tem esse amor de conveniência? Na grande, na imensa maioria dos casos, são aquelas que se casaram no religioso. Elas fazem um juramento, um pacto (Conveniência => pacto): “Prometo amar-te e respeitar-te todos os dias da minha vida até que a morte nos separe…”.
Confesso pra você meu amigo leitor. Sempre que leio ou escuto essas palavras “eu me tremo todo”, kkkkk! Você tem noção do tamanho da responsabilidade de prometer amor eterno? Nós somos seres extremamente mutáveis e é extremamente arriscado você dizer que amará aquela mesma pessoa até que a morte os separe.
Infelizmente, muitas pessoas interpretam absolutamente ao pé da letra essa frase proferida nos casamentos. Algumas poucas entendem o simbolismo que existe por trás delas. Até já comentei em textos passados, mas retomo nesse. Essa morte é a morte do SENTIMENTO do amor. Se o sentimento de amor morreu, não tem jeito, não tem pra onde correr, não adianta ir para rezadeiras pedir uma graça da reconciliação porque acabou. Não tem como manter um amor profundo se o sentimento morreu, já não existe mais.
É exatamente dessas pessoas que o Cortella e eu estamos falando.
E você sabe qual é o motivo que leva essas milhões de pessoas a permanecerem casadas com alguém que não amam profundamente? MEDO MEDO e MEDO de novo.
Se o medo não é o de não conseguir encontrar outra pessoa para casar, é o medo do castigo divino. O medo da “ira de Deus”. Pois elas descumpriram um sacramento divino e eterno.
Graças a Deus, cada vez mais as pessoas estão expandindo a consciência para compreenderem que o casamento não foi Deus que instituiu, foram os HOMENS. E sendo os homens, todos os dogmas, regras e leis do casamento são HUMANAS, e não divinas.
Ficou chocado com isso? Sinto muito! Mas eu não posso me abster de dizer o que eu penso de forma franca e honesta.
Veja como é linda a palavra CONVIVÊNCIA => Viver junto.
Viver por si só é o verbo mais bonito de todos, pois ele resume o que há de mais belo e misterioso. A VIDA. E viver junto com alguém é dividir experiências, dividir os afetos, dividir as alegrias, as tristezas, os risos, as dores. Dividir quem somos com quem amamos!
Existem casamentos assim. E não são poucos! Saiba que estou escrevendo esse texto em nome do amor ok? Não sou contra o casamento, muito pelo contrário. Acho o casamento algo tão forte que tenho uma enorme dificuldade de pronunciar essa famosa frase de promessa de amor eterno.
Fazer uma promessa como essa exige uma coragem fora do comum, que confesso a você que me lê. Eu não tenho! Pode até me chamar de fraco se você quiser, mas estou sendo totalmente transparente ao escrever isso.
Reflita com carinho sobre essas sábias palavras do Cortella e saiba que o verdadeiro amor nos dá essa sensação de pertencimento recíproco que almeja a plenitude, como tão bem ele explana nesse texto…
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