Tudo começou na sexta-feira (18/05), quando um professor que me deu aula na faculdade postou no Facebook sobre a comoção mundial em relação ao casamento real do príncipe Harry e Meghan Markle. O post tratava sobre o motivo da tanta comoção: seria por estarmos carentes do amor romântico ou por sentirmos necessidade de vigiar a vida alheia o tempo todo? Pensei um pouco e concluí que claramente era porque vivemos na sociedade do espetáculo (até comentei no post a minha opinião).
Bom, esqueci o assunto e segui a vida. No dia seguinte, por coincidência do destino, eu tinha um compromisso logo cedo no sábado e precisaria acordar cedo. Lá pelas 7h30 da manhã já estava de pé e me lembrei de que a transmissão ao vivo do casamento real já estava rolando. “Bom, já que estou acordada vou assistir!”, foi o que eu pensei.
Liguei a televisão e, de repente, já estava compenetrada assistindo. Comecei a ficar empolgada com os detalhes e ansiosa para o início da cerimônia. Sempre me senti muito intrigada com o pensamento de que ao redor do mundo existem bilhões de pessoas fazendo diferentes coisas ao mesmo tempo. Naquele instante fui pega por aquela reflexão mais uma vez e fiquei um pouco agoniada (sempre que penso nisso fico angustiada).
Fiquei pensando que enquanto eu me trocava para ir num evento X, numa cidade X, a vida de Meghan Markle estava prestes a mudar para sempre. O que significava qualquer coisa que eu estivesse fazendo perto daquilo? Não que eu fosse insignificante ou menos importante do que Meghan Markle, mas todo o ar encantado e ao mesmo tempo fascinante daquela narrativa começou a penetrar dentro de mim, me fazendo esquecer um pouco todo o resto que acontecia ao meu redor.
Meio louco, não é mesmo? Nem eu sei explicar muito bem quando isso acontece comigo. Sou muito movida por essa reflexão de que várias coisas acontecem simultaneamente e fico muito tempo imaginando o que as pessoas estão fazendo por aí. Ficar pensando tudo o que se passava no casamento me fez ficar intrigada e querer conhecer melhor aquelas pessoas, aquele universo.
Bom, e foi assim que, em apenas um fim de semana, comecei a acompanhar a família real britânica. Mais uma vez, não me considero a fã número um da realeza, mas algo dentro de mim começou a se mexer e me obrigar a enxergar tudo aquilo com outros olhos.
Abaixo estão os 3 motivos que hoje me motivam a continuar acompanhando a monarquia inglesa:
Desde que me conheço por gente, sou apaixonada pelo amor. Sempre gostei de me envolver e mergulhar de cabeça nos relacionamentos, mesmo que nem sempre isso fosse o mais saudável. Eu simplesmente nunca me contentei com metades, queria o tudo ou o nada. Casamentos e celebrações do amor no geral despertam isso ainda mais em mim. O casamento real, então, aflorou isso de uma maneira que nem eu esperava.
A história por trás de Harry e Meghan, as quebras de paradigmas, a evolução das tradições, e, principalmente, os olhares apaixonados. É claro que a família real britânica não se trata apenas disso, há muito mais envolvido, porém, ver a celebração daquele amor em sua forma mais pura, misturando tradições e renovações, fez o meu coração tremer. Confesso que caiu uma lágrima quando Meghan entrou na igreja sozinha.
Meghan e Kate simplesmente são Meghan e Kate. Diferente do que muitos acreditaram por anos, as princesas não são mais a Cinderela. Tanto Kate quanto Meghan eram mulheres independentes e fortes antes de entrarem para a realeza e continuam (continuarão) assim após o casamento.
Muitas pessoas ainda criam fantasias sobre o que é ser princesa e sonham com essa vida de maneira muito idealizada e ilusória. Porém, ser princesa nos dias atuais não é mais o que era ser princesa 20, 50, 100 anos atrás. E vamos além: de maneira alguma ser princesa significa ser obediente, submissa, fraca, ou qualquer outra coisa que costumava ser associada às princesas no passado.
Kate já tem provado isso e não há dúvidas de que Meghan provará também. Tanto o casamento real quanto me aprofundar na história destas duas mulheres fizeram com que eu começasse a valorizar mais o papel e significado de ser princesa nos dias de hoje e o desconectasse ainda mais de antigos estereótipos.
Uma coisa que sempre me causou um pouco de incômodo era o fato da realeza não “trabalhar de verdade”. Com isso quero dizer que eles têm muito dinheiro e não vivem a mesma realidade que nós. Bom, por um lado não sei se um dia concordarei 100% com o fato deles não governarem verdadeiramente o país e “não trabalharem”, mas ao mesmo tempo comecei a entender um pouco melhor o papel da monarquia na sociedade.
A realidade é que poucas pessoas no mundo possuem este tipo de privilégio: não precisar trabalhar de fato para ganhar dinheiro e se sustentar. E quem tem esse tipo de privilégio tem mais do que a obrigação de se envolver com causas humanitárias. O mundo nunca será justo e sempre existirão disparidades econômicas, então os poucos que têm tantos privilégios precisam fazer o possível para ajudar e dar voz às causas.
Ainda não conheço profundamente as ações dos membros da família real, mas o pouco que vi já me fez sorrir. Principalmente Kate, William e Harry estão super envolvidos com esses tipos de causas. Bom, e não há dúvidas de que Meghan também cumprirá o seu papel.
Como é possível perceber, o comentário que fiz no post do meu professor da faculdade perdeu todo o sentido em apenas 3 dias. Tanta coisa se passou pela minha cabeça que, hoje, reformularia o meu comentário afirmando que a comoção em torno da família real britânica vai além do nosso desejo de vigiar o próximo, vai muito além. E cabe a cada um de nós entender o que essa monarquia desperta e faz refletir em meio ao turbilhão da correria do dia a dia.
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