Se não é recíproco, se não tem respeito, se não é acompanhado de sintonias, somas e parceria. Se não é amor, na sua essência, livre. Se nada disso está incluso no amor que você vive ou quer viver, esqueça. Porque nunca teve nada a ver com defeitos. Amores que não têm esses afetos essenciais são imperfeitos. Trate de não romantizá-los.
Em qualquer relação, defeitos e imperfeições não querem dizer a mesma coisa. Defeitos podem variar de uma pessoa para outra. Eles são pontos de vista. Tem gente que acha que o amor deve combinar nas situações mais triviais. Exemplo, um lado gosta do gênero musical x e outro lado do y. Para muitos, isso é um problema, um defeito. E tudo bem. É direito de cada um enxergar afinidades e afetos sob os próprios gostos. A questão que pega, que quase sempre passa despercebida, é no que diz respeito aos comportamentos imperfeitos.
Imperfeição, em um relacionamento, não é só ter uma visão de vida diferente e não estar de acordo com. Também tem a ver com a personalidade e as escolhas daquela pessoa. Quem agride verbalmente, quem está sempre em busca de manipular e fazer refém emocionalmente quem está do lado, quem tem a necessidade de dominar o amor entregue nessa espécie de superioridade afetiva. Tudo isso caracteriza um amor imperfeito.
É tempo de entendermos que o amor não é obrigado a aceitar certos laços por um “eu te amo” pronunciado. Não é assim que funciona. Quando romantizamos e, principalmente, confundimos amores possíveis com amores imperfeitos, não só estamos nos esquecendo do amor próprio, como também distorcemos a importância de um amor saudável.
Não, o amor não tem que ser perfeito. Perfeição nunca foi o lance do amor. Ele também passa por dias difíceis e complexos. Mas ele não aprisiona, brinca ou oferece mentiras para quem o recebe. Por favor, não romantize os amores imperfeitos. Fique de coração aberto apenas para os cúmplices e dispostos por um amor inteiro – mesmo que com defeitos.
Imagem de capa: AnnaGorbenko, Shutterstock
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