Na adolescência quando o corpo tem um crescimento acelerado, o chamado estiramento repentino, algumas pessoas desenvolvem estrias, já que a pele estica demais e as fibras elásticas se rompem. Crescer, não só fisicamente, mas emocionalmente, provoca impactos: no corpo e na alma.
Não por acaso, bebês choram ao nascer. Ao sair do útero, um lugar até então, confortável e seguro, o choro é o meio pelo qual eles abrem os pulmões e expulsam o líquido que estava dentro deles, trocando-os por oxigênio. O choro não é puramente a expressão de uma dor, mas também um rito de passagem.
Dói descobrir que nem todo conforto é necessariamente bom! É difícil admitir que para movermos nosso próprio barco, é preciso remar. E remar exige foco, força e persistência. Ninguém alcança a outra margem contando apenas com a sorte dos bons ventos! Aliás, ventos contrários, tempestades e ondas gigantes, também nos levam para um outro lado.
Crescer dói porque exige resignação. Nem tudo é como a gente deseja! As cascas se quebram aos poucos e as dores vão nos tocando como um pequeno despertar.
Em um certo momento da vida é necessário deixar o filho enfrentar o mundo lá fora e sofrer. Uma hora iremos chorar por um amor não correspondido, a tarefa escolar não será classificada como A ou 10, nosso amigo vai nos decepcionar e o emprego dos “nossos sonhos” talvez exija um longo processo de autoconhecimento. Dores são necessárias, já que no conforto de nossos desejos alcançados nos aninhamos quase imobilizados.
Mas, quando choramos, rompemos uma história ou partimos de algum lugar sem dizer adeus, uma lição é aprendida. E aprenderemos mais uma, e outra, e mais outra. Vai ser bom? No futuro, quem sabe! É inevitável? Sim. Afinal, já escreveu o sábio Guimarães Rosa, “o que a vida quer da gente é coragem!”.
Reme o seu barco!
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