Eu sempre me emociono quando vejo o sorriso de uma mãe que deixou esse mundo se repetindo no rosto de um filho! É como se a vida sussurrasse em meus ouvidos que tudo se vai, se despede, termina, mas que a genética se perpetua, e o amor, desde sempre, caminhará invisível e poderoso por entre nós!
E enquanto as cores das fotografias antigas ficam cada vez mais tênues, a saudade de uma mãe que se foi, fica cada vez mais física! Ela se repete quando olhamos pela janela de um ônibus e vemos uma mulher cruzando a rua com uma saia florida, fica forte nas datas que não celebramos mais e chega a rasgar o peito quando sentimos um cheirinho de café passado na hora que só uma mãe sabia fazer…
Nesses anos em que continuamos existindo após a partida de uma mãe, entendemos que a vida segue, que somos fortes apesar das lágrimas e que o sol nasce e se põe independente de nossas dores. E caminhamos resolutos, frente ao espelho que não nos deixa esquecer que ela ficaria feliz em ver nossos primeiros fios de cabelo branco, ou como estamos crescendo, que terminamos a faculdade, que tivemos um filho ou neto, que finalmente compramos a casa própria, ou que ainda ontem, demos nosso primeiro beijo.
Ah! Como seria bom que ela estivesse aqui para ouvir cada confissão, cada novidade ou lágrima engolida, nesse mundo que não é mãe para ninguém! Mas, o “seria” está no passado, como também no passado moram, os abraços dados, os “eu te amo” calados por besteira, as brigas bobas que não significam nada nesse agora e aqueles olhos de amor que dispensavam palavras.
E se a existência mútua como mãe e filho mora no passado, há no presente, porém, tão vivo e forte, a história, os laços e a saudade, celebrados em cada sorriso de um filho que lembra o da mãe. Uma mãe que não se foi, pois vive no cacheado do cabelo preto, no andar peculiar, na voz quase idêntica ou na forma como discorda das coisas balançando a cabeça. Por isso, é fato: uma boa mãe não morre nunca!
Imagem de capa: Twin Sails, Shutterstock
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