Não sei que rumo a vida tomou para que um hiato se instaurasse entre a gente. Acho que relacionamentos têm disso de ser montanha russa e sofrer umas quedas bruscas de vez em quando, roubando nosso fôlego de forma nada agradável. Eu podia pincelar um mundo cor de rosa, mas eu gosto desse tom tão real que tem nossa rotina, então não vou colocar frufrus onde nem sempre tem.
Vou confessar que eu estava com saudades de admirar você.
Já faz algumas semanas que me pego acordando mais cedo (não que isso me tire da cama, porque logo volto a dormir) e fico te olhando dormir. Noutros tempos eu mal te notava, agora eu fico te observando dormir e vendo o tanto que você é bonito. Meu Deus, como você é bonito! A forma como teu rosto se desenha, o jeito que seu braço abraça os travesseiros – tantos! O contorno da tua barba sempre bem cuidada e como você parece menino quando dorme… Você é mesmo muito bonito. Quando foi que parei de perceber o tanto que você é bonito?
Eu vejo nosso hiato se estreitando.
Vejo nossas semelhanças nesses tempos de mudanças. A gente mudou demais, vê? Você ficou todo grande na tua área, com responsabilidades demais e estresse tanto quanto. Eu comecei a buscar meu crescimento na área que tanto amo e, boba, achei que não dava para crescer se ficasse muito perto. Acho que fui crescendo e não deixei você me acompanhar – mil desculpas por isso.
Mas sempre é tempo de consertar, não é?
Eu amo como teus olhinhos ficam cheios de estrelas quando eu conto dos meus projetos. Eu amo o tom da tua voz quando você diz ‘você é capaz’. Eu amo a forma silenciosa como você me encoraja, me dá suporte e me solta para correr atrás de um sonho – e amo teus braços abertos para me receber de volta, brindando com gin tônica e pedindo alguma comida fora. “Pode ser hambúrguer?”. Pode. Sempre pode.
E estou amando a forma como estamos nos reconectando.
Como estamos buscando algo em comum (eu falei que La Casa de Papel era bom, não falei?); como você está me acompanhando na maratona de séries e em assistir filmes; como eu estou topando os teus ‘vamos ali?’, ou ‘vamos fazer almoço?’; como a gente voltou a se abraçar e se perceber e se olhar…
Vou confessar que eu estava com saudades de admirar você. Não sei que rumo a vida tomou para que um hiato se instaurasse entre a gente.
Mas sempre é tempo de consertar, não é?
Imagem de capa: Pixabay
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