Em minhas andanças literárias, vez ou outra deparo-me com algumas concepções que considero errôneas. Ou ao menos não inteiramente verdadeiras. Uma dela diz respeito à desistir. Em várias abordagens sobre o assunto ressalta-se a importância de não desistir. De continuar, sempre, não importa o que aconteça. Sim, isto se mostra real, mas não totalmente. Desistir por não ter força suficiente para não levar algo adiante, por achar que não vai dar conta, por pura preguiça ou falta de planejamento, este sim é um desistir que não se incentiva.
É o medo ditando os passos seguintes. É a insegurança, a expectativa, é o que se quer evitar ao se dizer para não desistir. Se você tem uma meta, um objetivo real, vá atrás, planeje-se, organize-se, e não deixe que desculpas atrapalhem seus sonhos. Contudo, quando mesmo planejado, executado e insistido o objetivo ainda não foi alcançado, acredito que é hora de repensar o próprio objetivo em si.Tem aquela história de que se deve bater na porta até que ela abra. Porém, às vezes não é a sua porta. Ótimo, e como saber quando uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa? Como saber se é a minha porta, se estou insistindo bravamente ou apenas por orgulho?
A meu ver, existem alguns indícios que podem ajudar nesta escolha, mas já adianto, não será uma escolha fácil. Decidir os caminhos da vida nunca é algo simples, mesmo que pareça que a resposta está clara. Haverá sempre confusão, medo, insegurança, afinal, ninguém quer seguir um caminho só para descobrir que era uma rua sem saída.
Enfim, acredito que quando se tem um objetivo que faz o seu coração bater mais forte, que te anima e excita para aprender mais, ser melhor, este é o caminho certo, aquele que “tem coração”, como diz um querido professor.
Com o tempo, porém, pode ser que este caminho não esteja mais dando frutos, ou que simplesmente pare de fazer sentido para você. É quando você passa a se sentir desmotivado, com preguiça, achando qualquer pretexto para postergar o que tem que ser feito. É um sinal de que o trajeto talvez não esteja te levando para o objetivo almejado, ou de que o próprio objetivo não seja mais visado. É aqui que o desistir se mostra não só recomendado, como a melhor opção para que você continue, não em busca daquele objetivo em específico, mas de sua vida.
Não vejo como um desistir, mas como um ajustar a rota. Como procurar novamente aquele sentido para sua vida, aquilo que faz seu coração bater de verdade. Não entenda mal, não estou dizendo para desistir assim que as coisas começarem a ficar difíceis, afinal, até o mais nobre dos objetivos terá seus percalços e dificuldades, e momentos em que se desejará desistir.
O que quero dizer é que quando você estiver se sentindo em um beco sem saída, sem compreender por que faz o que faz, por que ainda está naquele emprego, naquele relacionamento, por que ainda espera que uma oportunidade caia do céu, quando perder o foco daquilo que o motivava, é hora de arrumar as malas e partir em direção a outra aventura.
A beleza da vida é essa. Sua imprevisibilidade e as chances que nos dá para nos reinventarmos, recomeçarmos, mudarmos de ideia. Basta que estejamos atentos aos sinais, os quais estão dentro de nós. Respire fundo e escute, seu coração tem as respostas.
Imagem de capa: Tithi Luadthong, Shutterstock
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