Por Isabela Nicastro – Sem Travas na Língua
Pois é, eu resisti em te escrever um texto. Resisti porque eu me conheço bem. Cada um que inspirou um texto meu até agora, teve um espaço bem significativo no meu coração. Com você, eu neguei esse espaço até onde consegui. Neguei porque, diante da impossibilidade de te ter por inteiro, eu já conseguia prever o sofrimento. No entanto, sinto dizer, mas minhas forças se esgotaram. Eu não consigo mais negar que há sentimento.
E tenho raiva de mim por isso. Por ter sido fraca, por ter me deixado levar pelas emoções quando, nesse caso, a razão era totalmente imprescindível. Mas aí, teve aquele dia que você me abraçou e secou as minhas lágrimas quando o trabalho tinha sido bem difícil. Aquele dia em que você me ouviu, mesmo sem saber me ajudar, mas já ajudando. Tem a forma com que você me conhece, mesmo em tão pouco tempo. Tem tanta coisa que me impede de seguir a razão, sabe.
A impossibilidade é um fator que aumenta ainda mais a atração, como eu já disse nesse texto. Não poder te ter, talvez, reforce mais a minha vontade. No entanto, vai além disso tudo. Não é só atração física. Não é só um desafio. É, sobretudo, um reencontro. Afinal, parece que a gente voltou a se encontrar, mesmo sem nunca ter se visto antes. Estranho, não? Tem coisas que não dá pra explicar, por mais que eu tente.
Estar de mãos atadas nem sempre é não saber o que fazer. Eu sei exatamente o que fazer, mas não consigo. Talvez me falte força ou, quem sabe, é só um desejo inconsciente de me testar. De ver até onde eu consigo ir, até onde eu dou conta de “bancar”. O sofrimento pode ser sim, uma consequência inevitável, mas em algum momento, ele é sinal de intensidade. De que é preciso estar disposto a viver, por mais que doa muito depois.
Com isso, acabo de me perder ao assinar esse texto. Acabo de assumir de vez o que sinto. No entanto, é a primeira vez que extingo toda e qualquer ilusão. Estou completamente ciente do terreno em que estou pisando. Ele pode ser uma areia movediça, em que me afundo a cada passo que dou. Ou, pode ser uma espécie de cama elástica que, a cada pulo, me joga para o alto e me instiga a pular novamente. A única opção é arriscar.
Então, me dê cá a sua mão e vamos nos jogar juntos. Vivendo um dia após o outro. E que o acaso nos deseje sorte. É só o que eu peço nesse momento.
Fonte indicada: Sem Travas na Língua
Imagem de capa: Zoltan Major, Shutterstock
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Esta carta "Quem me dava energia era o mesmo que me roubava" é a história da minha vida! Estou passando pelo teste da separação ainda, as vezes acho que vou morrer, mas respiro fundo e digo para mim mesma eu vou conseguir.
Lendo esta carta.... revivi cada momento da minha história, e hj vejo que não passava de uma grande ilusão.
Att,
Gisele