Dizem que quando nasce um bebê, nasce também uma mãe e um pai. Pouca gente comenta, entretanto, que quando nasce um bebê também nasce uma irmã ou um irmão.
Eu nasci irmã no dia 15 de março, quando o Leonardo estreou neste mundo.
Na verdade o nascimento do Léo é a primeira lembrança que tenho da infância. Da minha existência. Eu guardo até hoje um coala de pelúcia que ganhei no dia que fomos buscar ele na maternidade. Disseram que era pra eu não ficar enciumada, mas a emoção era tanta de ver as bochechas do meu novo irmãozinho fora da barriga, que o presente mesmo foi ter ele nos meus braços curtos pela primeira vez. Eu sabia que dia 15 de março seria especial para sempre.
Fazem 2 anos que o Léo partiu e eu não posso abraçar o meu irmão em seu aniversário. E ao contrário da tristeza, (que não combina nem comigo e nem com ele) eu me comprometi com a felicidade que essa data me trouxe desde 1989. Eu decidi celebrar a vida do meu irmão mesmo depois dela, como muitos de vocês já sabem. E perceba que desde então, fazem 2 anos que me reúno com a gente mais linda deste mundo para uma homenagem muito especial.
A meta: uma doação para cada ano que o meu irmão faria. Escolhemos esta forma de homenagem em respeito à medicina, vocação da vida do Leonardo.
Em 2016, a meta era 27 doações. Reunimos 73 doações pelo país e algumas doações da China e da França. Em 2017, a meta era 28. Foram 53 doadores no Brasil, Portugal e Austrália. Em 2018, a meta é 29, e já não nos preocupamos tanto com o número. Sabemos que amor é uma ótima moeda de troca e o que a gente quer mesmo é esbanja-lo por aí.
Porque depois de 2 anos de campanha, entendemos que é isso que movimenta e ampara quem precisa. Reunimos ao todo 125 doações, 50 litros de sangue, e uma chamada para compatibilidade de medula óssea. Então veja que a sua ajuda pode salvar muita gente. Mesmo quando o sintoma é a saudade.
Então aqui vamos nós pra mais uma aventura, daquelas que a gente só convida quem quiser dar o sangue. Literalmente. E o ciclo é sempre lindo. Então não precisa ser pelo Léo, ou mesmo por mim. Doe por você mesmo.
Eu vou seguir comemorando a vida do Leonardo. Eu não saberia fazer diferente, já que quando nasce um bebê, e eu digo com certeza, nasce também uma irmã. E irmãos, diferentemente da vida, é laço eterno. Amor pra sempre. Eu não saberia fazer diferente.
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Onde doar? No hemocentro mais próximo de você. Doação voluntária sem necessidade de fazer em nome de alguém (ao menos que saiba de alguém que esteja precisando).
Como doar?
– Ter entre 16 e 69 anos;
– Ter mais de 50kg;
– Estar bem alimentado (evitar comidas gordurosas) e descansado;
– Não ingerir bebida álcool nas últimas 12h;
– Não ter feito tatuagem, maquiagem definitiva ou piercing há pelo menos 12 meses;
– Estas bem de saúde, ou não ser feito endoscopia ou colonoscopia;
– Não ter viajado para países ou locais no Brasil com risco de malária;
– Portar documento com foto.
Importante: peça no atendimento para ser cadastrado no banco de medula óssea, caso ainda não seja. Atenção, pois o hemocentro às vezes esquece de oferecer o cadastro.
Apenas 1,8% dos brasileiros doa sangue. Vamos mudar essa história.
Campanha: Nossa campanha encerra dia 15/03/2018.
Programe-se! Temos 30 dias!
Convide amigos. Compartilhe essa ideia. Use a #meupresenteéminhavida
Porque a vida é um presente. A minha. A do Léo. A sua. Doe vida.
Post original na Antônia no Divã.
Imagem de capa: Malakhova Ganna, Shutterstock
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