Bruna Stamato

Respira. É o fim de um ciclo, não da jornada.

É claro que você sabe o que é um terremoto, não é mesmo? E se eu perguntar se você tem medo de terremoto, sua resposta será “sim”, acertei?! Todo mundo tem medo de terremoto. De tsunamis, de furacões…e tudo bem, sentir medo é natural do ser humano, estranho seria alguém que não tem medo de nada.

A questão é que esse nosso medo nunca impediu que os terremotos e os fenômenos da natureza acontecessem. Na lei da sobrevivência Terrestre, sobrevive a nação que estiver melhor preparada e – acostumada- eu até arriscaria dizer, à estes fenômenos.

Desastres naturais são parte da vida e nem sempre dá para prever quando vão acontecer. E embora sejam algo pavoroso, têm lá sua utilidade para este planeta, afinal, sem os terremotos, as placas tectônicas não se acomodariam…

E por que razão você acha que nós, humanos, espécie predominante aqui na Terrínea, não estaríamos sujeitos a nossos próprios terremotos? Nós também sofremos influência da mãe Natureza, da Lua, das marés…nós também temos nossos ciclos, como o menstrual, a menopausa e andropausa, então, não me admira que tenhamos também nossos terremotos particulares.

A diferença é que, na maioria das vezes, nós tentamos esconder nossos terremotos do mundo. Não queremos que ninguém saiba, como se isso fosse um sinal terrível de fraqueza. Mas eu encaro de outra forma, eu tenho o maior respeito por quem enfrenta e sobrevive ao seu caos interior. Acho que estas pessoas são fortes, as mais fortes do bando. E não estou falando de resistir brava e impavidamente, me refiro às pessoas que deixam seus mundos virem a baixo, que não brigam com o inevitável, não esbravejam mais contra ele, o Destino. Pessoas que não têm mais medo de si mesmas.

Está passando por um terremoto de magnitude 9 na escala Richter?
Puxe o ar. Vamos! Preencha os pulmões nesse momento! E tente manter a mente a salvo em equilíbrio. Já vai passar.
Já vai passar.

É o fim de um ciclo…não da jornada inteira.
Pode ser que seja o fim de um relacionamento, não da capacidade de amar.
Quem sabe o fim de uma amizade, mas se acabou, é porque não era tão amizade assim…Novos amigos sempre surgem.
Talvez seja o fim de uma presença física, não da VIDA. Existem outros tipos de presença.
Pode ser o fim de um emprego, não de todo o seu trabalho e força de vontade.
Pode ser o fim de um molde ao qual você estava acostumado, mas já não cabia mais…
O fim deste verão. Outros virão.

Fins são necessários ou não seriam possíveis novos começos.
Olhe a borboleta, a ave, a água… Tudo nessa vida está em mutação constante.
É o fim do casulo e da lagarta para ganhares…ASAS!
É o fim do ovo para ganhares o mundo!
É a água em ebulição para ser capaz de modificar os alimentos, texturas…

Não fique o tempo todo apegado à uma vida que você viveu; você JÁ viveu; já passou. É hora de seguir o tempo, e ele só corre para frente. Nós vivemos várias vidas nessa vida. E tem gente e coisas e situações que não nos acompanham em todas elas. Nós temos nossos invernos, primaveras, outonos…porque nós somos parte desse planeta. Reconecte-se com essa sua essência. Nós somos as casas, os prédios, as construções em cima da terra abalada pelo terremoto. Nós somos as árvores, as folhas, as plantas…as SEMENTES.

Portanto, mesmo que o terremoto nos derrube, nós podemos ser plantados novamente, em outras terras, sob outros climas, pois nós somos adaptáveis, mutáveis; metamórficos.

É só uma parada, uma escala do trem da Vida. Talvez você precise trocar de vagão para continuar a viagem…Não é o fim da estrada. Aproveite que está tudo mexido e revirado por dentro para se recomeçar. Certas vezes é melhor algumas questões ficarem mesmo lá, debaixo dos escombros…tem algumas coisas e sentimentos em nós que precisam mesmo desaparecer. Aproveite seu terremoto pessoal para decidir o que você levará daqui pra frente e o que vai ser deixado pra trás. E se me permite um conselho…não escave muito tuas ruínas. Levanta muito pó. Limpe seus olhos para enxergar que mesmo em meio ao terremoto, o SOL continua aí, no lugarzinho dele… E que não há Terremoto que dure pra sempre.

Assente tuas placas tectônicas.

Imagem de capa: Day2505, Shutterstock

Bruna Stamato

Carioca, criada na Bahia, quase paulistana e atualmente moradora de Porto Seguro-BA. Mãe de duas garotinhas lindas, geminiana, ascendente em Câncer e uma eterna sonhadora. Quando me perguntam, sempre brinco com as pessoas, dizendo que eu não sou escritora, apenas passo para o papel o que a minha alma dita. Por tanto, o mérito é dela! Sou aficionada pelas palavras, desde que me entendo por gente, quer dizer, na verdade, até hoje não me entendo direito por gente, mas amo as palavras desde que as conheci e que elas começaram a fazer sentido pra mim.

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