Jéssica Pellegrini

Quantas vezes você esperou ele (a) te procurar?

Já me perguntaram inúmeras vezes qual é o segredo para superar um amor. Será que é possível esquecer? Ou o colocamos na última gaveta do armário e deixamos empoeirar? Dessa forma, estaremos apenas ignorando sua existência para não lembrarmos o quanto é dolorido. É um assunto bastante complexo, porém existem fases clichês que todos nós precisamos passar…

A NEGAÇÃO: o momento delicado onde a emoção domina 100% a razão. Onde o mundo pode desabar, mas desejaremos somente aquele amor ao nosso lado. Perdoamos todos aqueles erros, que eram irreparáveis, para não vivermos sem. É difícil aceitar que o sentimento é romantizado e já excedeu o limite de validade. Que embora estejamos com fome, o amor sofre um distúrbio alimentar.

A RAIVA: queremos compartilhar o sofrimento com o outro. É desesperador sentir a agonia do desprezo e da falta de reciprocidade. Nos arrependemos por aquela chance dada, por cada minuto que passamos juntos, pelo tempo perdido, mas agradecemos pela tristeza que agora nos faz enxergar a verdade e amadurecermos com ela.

AS PROMESSAS: não conseguimos, sequer, imaginar mais ninguém em nossas vidas. Nos culpamos pela entrega, por tudo o que fizemos pelo outro. É a hora ideal para abandonar as promessas, que ficarão apenas em palavras, e substituir cada uma delas em um único amor – o próprio.

A ACEITAÇÃO: cair em si e perceber que o “nós” não existe mais, morreu, mas que é necessário continuar. Mesmo aos trancos e barrancos, até que tudo estabilize-se, novamente. Parar de se enganar que podemos fazer a parte do outro, nunca poderemos. É preciso mãos, fortemente, entrelaçadas para segurar cada lado da corda, quando não há cumplicidade, não existe relacionamento.

Ou seja, não existe um manual de instruções para remendar um coração partido. Precisamos sentir cada ferida antes que elas sarem, desde o sangramento até a cicatrização. Sofrer não é um fardo. As fases ensinam tudo o que é passageiro, também trazem coisas que podem ser eternizadas. Aproveite cada oportunidade como se fosse a última, tentando focar sempre no lado bom. Ignore o negativismo, a maldade, os pensamentos ruins.

Entender, por fim, que viver é um ciclo onde as pessoas permanecem o tanto que tinham que ficar. Que não importa o que façamos, limites serão sempre limites. Que saibamos respeitá-los. 🙂

Imagem de capa: LADO, Shutterstock

Jéssica Pellegrini

Nunca confie em uma escritora confusa e romântica. As controversas entre um texto de amor e outro de desilusão, podem causar questionamentos pessoais. Consequentemente, sequelas mais graves.

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