A gente não se apaixona pelo real mas pelo nosso imaginário. Fugimos na realidade e nos envolvemos com as nossas próprias projeções e criamos uma ideia de pessoa, de relação, de ambiente baseado naquilo que criamos em nosso ideal.
Na verdade, é assim que acontece: temos um olhar individual para as coisas, pessoas e situações, e elas passam pelo nosso julgamento, interpretação e olhar e nesse resultado, definimos o que é bom pra nós, traduzimos o que estamos vivendo, que tipo de pessoa estamos lidando, situação vivenciando e o onde isso pode levar. Criamos toda uma fantasia baseada em fatos, aspectos e características daquilo que interagimos sem dar oportunidade de observar e compreender as reais motivações e experiência.
Por vezes, o véu desta ilusão cai e nos vemos presos numa armadilha que nós mesmo criamos. Idealizamos a relação, o parceiro, acreditamos que tudo era de uma forma e de repente se revelou de outra. Na verdade, temos a triste mania de inventar pessoas, de buscar encaixes por meio de máscaras, de se adaptar ao outro e acreditar no ideal do que sentir a maré, respirar, compreender, ouvir mais e olhar as relações com mais verdade.
Claro que é natural a idealização. Projetamos a vida baseado nas nossas criações, referencias, experiências, traumas, memórias, emoções, percepções… … Cada olhar é individual – o que é bom pra mim pode não ser para você. Aquilo que sentimos é a interpretação do que o nosso corpo e mente oferece e assim temos uma experiencia subjetiva da vida.
Mas em meio a essas reações químicas e transformações, é bom parar e observar, sentir, ser… Abrir o campo de percepção.. Criar a expectativa nos torna refém de uma realidade. Ouvi uma vez que expectativa é a mãe da frustração, devo concordar.
Chega então um momento da vida que carregamos bagagem suficiente para compreender quem sim que não, quem nunca. Atentar aos sinais é sinal de maturidade e isso requer presença.
A intuição é nossa mestra, é a voz do coração. Não negligencie este poder interno. A arrogância de permanecer em situações por falso romantismo pode te deixar preso a situações desconfortáveis e te tornar ainda mais impotente.
Idealizar juntos é uma coisa, sozinho pode ser arriscado. Dois universos que não se entendem não podem conviver no mesmo espaço.
Gostamos de viver histórias de amor, buscamos isso para a vida – a saga do amor – mas não devemos forçar sua existência por meio das carências e do medo de viver sozinho.
A solitude é essencial para a construção do verdadeiro eu. Ela traz mais verdades que ilusões. Quando se entra numa relação partindo da solitude, as ilusões são menos constantes e a verdade será sempre um requisito. Buscar sempre o que é de verdade permitindo o livre expressar e a livre escolha de quem vem para interagir com nosso espaço sagrado.
Não há necessidade de vestir máscaras para aceitação. A verdade permite o florescer do ser sem qualquer expectativa.
A mente vai sempre criar possibilidades e situações, mas é importante sempre nos trazer para a realidade- mente presente, desperta e atenta. Coração guiando. Tornar-se um observador de si. Mentes meditativas conseguem sair da ilha para ver a ilha. Busque isto. Observar a situação e fazer boas escolhas. Você está onde você se coloca. Traga esta responsabilidade.
A luz da verdade será sempre a guia. Se seu coração aponta, logo pare e observe. Permita seu ser se expressar na verdade e assim seguir sua intuição. O mais sábio mestre habita seu ser.
A opinião dos outros será sempre relacionada ao universo do outro. O que você deve saber está dentro de você. Permita acolher o seu próprio aprendizado.
Imagem de capa: Family TV, Shutterstock
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