Você está indo bem. Não importa o que os outros digam nem o que algumas pessoas pensem de você por causa das suas decisões, pelas coisas que você deixou para trás e por fazer as coisas do seu jeito, com paixão, estilo, carisma…Tudo vai dar certo. Mesmo que às vezes você tenha dúvidas, você entende que a vida é um processo e, enquanto você tiver confiança em si mesmo, as coisas vão seguir seu caminho em harmonia, com tranquilidade.
É esse tipo de reflexão que frequentemente desejamos (e precisamos em partes) escutar da boca de alguém. Precisar disso não significa, longe disso, buscar ser validado por outras pessoas ou duvidar de si mesmo. Às vezes, um reconhecimento, um simples reforço positivo no momento preciso e no instante adequado, age como um carinho emocional e um impulso vital.
Por exemplo, a frase “você está indo bem” é essencial no universo pessoal de uma criança. Um elogio é na verdade muito mais do que um simples reforço positivo, no mais puro estilo do condicionamento operante. É um modo de incentivar a criança a continuar, a seguir em frente, enquanto alimentamos a autoestima, a confiança e a sensação de segurança. Ao mesmo tempo, também se apresenta como uma expressão que se foca no processo, mais do que no próprio resultado.
Se você precisar de uma mãe, lembre-se de que eu tenho duas.”
-Santo Agostinho-
E para além da infância, os adultos também precisam de vez em quando desse tipo de interação positiva na qual, de um lado, está o reconhecimento pessoal e, do outro, o apoio. Por exemplo, a mãe e o pai que dia após dia realizam a complexa tarefa da criação e da educação de um filho. Precisa disso a pessoa que em dado momento decide fazer uma mudança na sua vida e alguém do seu círculo próximo hesita em dizer que sua decisão é correta, que esse passo é um ato de valentia da sua parte…
Os diferentes tipos de apoio pessoal que podemos encontrar no dia a dia
A maioria de nós já calça sapatos de adultos. Eles nos servem perfeitamente e nós nos sentimos mais leves do que nunca. Mesmo assim, pode ser que as solas estejam gastas por causa do caminho já percorrido, por tantas pedras e poças encontradas ao longo do trajeto da vida. No entanto, nessa viagem, na qual ainda falta um monte de experiências para viver, há um aspecto que ainda continua nos atingindo de várias maneiras.
Falamos, sem dúvidas, do apoio, da consideração e da proximidade que recebemos dos nossos. Poderíamos dizer aquela história de que “não nos afeta”, de que já chegamos ao ponto no nosso desenvolvimento pessoal no qual as palavras ditas pelas outras pessoas são como ar viciado, que às vezes permanece num mesmo cômodo sem ventilar… e que abrimos as janelas para deixar ir e voltar a respirar mais tranquilos. No entanto, por mais que quisermos, nem sempre é assim que funciona. O que nossos pais ou nossos irmãos nos dizem às vezes machuca. Os comentários dos amigos e do nosso companheiro ou da nossa companheira nos importam.
Por isso que, às vezes, escutar um “você está indo bem” é tão gratificante e nos confirma que essa relação, esse vínculo, vale muito. Portanto, temos certeza de que ao longo da nossa vida, teremos nos encontrado com esses três tipos de apoio pessoal, que agora passamos a desenvolver.
Pessoas que ajudam, pessoas que habilitam e pessoas que dificultam
Niall Bolger é um pesquisador do departamento de psicologia da Universidade de Columbia, especialista em realizar estudos sobre relações pessoais e seu impacto no nosso bem-estar psicológico. Em um dos seus trabalhos, ele demonstrou que a maneira como nosso círculo mais próximo nos confere ajuda ou apoio pode se basear em três tipos de dinâmicas.
– Pessoas que habilitam. Devemos ter consciência de que quem “habilita” não apoia. Quem habilita busca, acima de tudo, nos dizer como fazer bem as coisas segundo seus desejos, crenças ou valores. São amigos, familiares ou companheiros que, longe de entender as nossas perspectivas ou de aceitar nossos desejos ou escolhas, tentam nos “habilitar” para nos encaixarmos nos seus universos pessoais.
– Pessoas que dificultam. Outro tipo específico de interação e de vínculo é o da pessoa que nos convence a todo momento que deseja o melhor para nós, mas ao mesmo tempo se envolve em comportamentos que dificultam as coisas. Nesse perfil não faltam expressões como “você está indo bem, mas tenha consciência de que você já errou no passado e é muito provável que você erre de novo” ou “me entenda, como gosto e admiro você, acho que é melhor que você termine com essa pessoa”…
– Pessoas que ajudam. O doutor Bolger, responsável por esse estudo, definiu um terceiro tipo de relação. Além disso, ele a considerou como a mais importante de todas. São pessoas que não apenas têm a capacidade inata de dizer a coisa mais sensata no momento mais necessário, mas que também nos conferem um “apoio invisível”. Ou seja, às vezes não precisamos ter essa pessoa por perto para saber que temos todo o seu apoio, seu interesse, seu carinho…
Portanto, o melhor apoio de todos é aquele que “deixa ser” e que, além disso, nos transmite a todo momento a sensação de eficiência, de segurança e de apoio constante.
Você está indo bem porque…
Sabemos que esses reforços verbais e emocionais por parte das pessoas mais próximas são úteis em muitas situações. Eles nos ajudam a seguir em frente. No entanto, também não podemos nos esquecer de que nós também devemos nos incentivar, nos validar, nos motivar e nos proporcionar carinhos emocionais adequados para encontrar essa energia vital com a qual enfrentar o dia a dia.
Portanto, nunca é demais refletir sobre e interiorizar as seguintes frases:
– Você está indo bem porque, finalmente, está conseguindo viver em harmonia com suas essências, com seus valores e com suas necessidades. Não importam os momentos difíceis porque esse é o custo de ser coerente consigo mesmo.
– Você está indo bem porque cada dia é uma pequena vitória porque você vai conseguir algo novo, algo que enriquece.
– Você está indo bem porque deixou coisas para trás, pessoas e dinâmicas próprias que faziam mal, que não ofereciam nem equilíbrio nem felicidade.
– Você está indo bem porque viver é se atrever, é se colocar em movimento e nunca parar. A felicidade é um processo e você está no caminho bom, o caminho que você mesmo escolheu.
Vamos colocar em prática esse tipo de perspectiva. Afinal de contas, não custa nada e nos traz muitas coisas boas.
Fonte indicada: A Mente é Maravilhosa
Imagem de capa: Aleshyn_Andrei, Shutterstock
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