Pamela Camocardi

Existe o amor, a insistência e o cansaço

De repente, o encanto acabou, a paixão apagou e as juras de amor eterno deram lugar ao silêncio. Está claro que não há como continuar a relação, mas você fecha os olhos para o óbvio e insiste em um relacionamento predestinado ao fim.

Em um relacionamento sadio, tudo é feito em função do sentimento. Duas pessoas se tornam uma : os problemas são dos dois, as alegrias compartilhadas e as dificuldades superadas. Acontece, que nem todo amor é para sempre, nem todo relacionamento dura anos e nem todo sentimento traz paz. E, por mais que você insista na relação, o amor já foi embora há tempos.

É triste, mas é verdade: o amor às vezes acaba e, nem sempre, tem motivos claros. Da noite para o dia, e pelos mais diversos motivos, o amor desaparece. Rotina, mesmice, traição, ofensas… o motivo pouco importa! O problema está em superar um amor desgastado e acreditar ser merecedor de outro.

Amor nunca foi garantia de final feliz. Empatia, confiança, compreensão, respeito, diálogo, e inúmeras outras mantenedoras da convivência, são pilares tão importantes quanto o amor. Essa história de “amar até embaixo da ponte” é conversa de botequim.

Khalil Gibran, célebre ensaísta, poeta, conferencista e pintor libanês afirmava que “É errado pensar que o amor vem do companheirismo de longo tempo ou do cortejo perseverante. O amor é filho da afinidade espiritual e a menos que esta afinidade seja criada em um instante, ela não será criada em anos, ou mesmo em gerações”.

Ás vezes, há amor, mas não há coragem para assumir uma relação. Há saudade, mas não há disposição para tomar atitudes. Há planos, mas não há formas de realizá-los. E, nessas omissões dos próprios sentimentos, o amor vai deixando de ser amor.

Insistir em relacionamentos fracassados, cansam. Cansa ter explicação para tudo, perdoar toda traição, arrumar desculpas para as ofensas. Cansa fingir ser feliz e viver de aparências.

Pouco importa amar muito e não aceitar as diferenças rotineiras. Querer a presença, mas não aceitar a convivência a dois. Desejar formar uma família e não ter coragem para isso. Desculpe a sinceridade: mas amor precisa de muito mais que sentimento para acontecer.

Deixe ir, aceite o fim e faça as pazes com o amor próprio. Às vezes, o “felizes para sempre” significa separados.

Imagem de capa: conrado, Shutterstock

Pamela Camocardi

A literatura vista por vários ângulos e apresentada de forma bem diferente.

Share
Published by
Pamela Camocardi

Recent Posts

Falecido Agnaldo Rayol emocionou vizinhos ao cantar ‘Ave Maria’ da varanda durante pandemia; assista

Nesta segunda-feira (4), o Brasil se despede de Agnaldo Rayol, que faleceu aos 86 anos…

23 horas ago

Última apresentação de Agnaldo Rayol foi eternizada em vídeo; lúcido com voz potente

O cantor Agnaldo Rayol, uma das vozes mais marcantes da música brasileira, faleceu na madrugada…

24 horas ago

“Cozinharam nosso cachorro”: tutor denuncia negligência em pet shop após perder cadelinha

A perda de Filó, uma cadela da raça bulldog francês de cerca de dois anos,…

3 dias ago

Chefe explica “teste da xícara de café”, método decisivo usado em entrevistas de emprego

No competitivo mercado de trabalho, a preparação para entrevistas de emprego costuma envolver currículos impecáveis…

3 dias ago

Você sabia que dormir abraçado ao travesseiro pode indicar sua personalidade?

Você já parou para pensar no motivo de dormir abraçado ao travesseiro? Esse hábito comum…

4 dias ago

Filme da Netflix retrata a luta de uma mãe e vai te emocionar com uma dose de esperança

O cinema consegue traduzir sentimentos e vivências que, muitas vezes, vão além das palavras. No…

4 dias ago