Machado de Assis era persuasivo, inteligente e conhecia a alma humana como poucos. Com romances que trazem interações entre leitor e autor, o autor trabalha com maestria as histórias (quase) reais e traz à tona temas polêmicos e quase nunca discutidos como a futilidade, o preconceito e a covardia.
Machado é um ícone literário: mestre com palavras, possuía o dom da persuasão como poucos. Há quem comparasse Machado à Freud e à Nietzsche e o motivo não poderia ser outro: entendia a alma humana como ninguém e utilizava-se disso para levar o leitor a pensar sobre suas próprias atitudes. Com obras que andaram de mãos dadas com a filosofia, seus livros escondiam, nas entrelinhas, gritos de revolta de uma sociedade injusta e fútil. O autor possuía uma ironia peculiar e, frequentemente, trazia nos diálogos e nos enredos de seus livros, sua visão crítica dos comportamentos e dos costumes da sociedade da época.
Expressões como “caro leitor”, “amado leitor” ou “curioso leitor” não são usados por Machado em vão. O narrador sabe o valor do leitor no processo da leitura e cria um vínculo de afetividade, ao mesmo tempo, que respeita a inteligência, a opinião, os sentimentos e a forma de ver o mundo do mesmo, construindo a partir desse elo, um relacionamento “afetivo literário”.
Um bom exemplo disso é o clássico romance “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, escrito por Machado de Assis em 1880 e publicado um ano depois: (…) “Talvez espante ao leitor a franqueza como lhe exponho e realço a minha vida.”
E, em outro fragmento do mesmo livro, onde demonstra entender o cansaço do leitor diante da narração: “(…) Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho o que fazer; e, realmente expedir alguns magros capítulos para este mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direita e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem…”.
Na verdade a fama de Machado não se deve ao temas abordados, mas à forma de como cada um foi abordado. Nas palavras do autor, assuntos cotidianos como: ciúme, vaidade, falsidade, loucura, hipocrisia, covardia se tornam uma forma de autorreflexão.
Sejamos realistas: Machado é um clássico. Um clássico para poucos, bons e seletivos leitores. Desses que sabem o que um bom livro tem mais a ensinar do que os olhos são capazes de lerem.
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