“O poder da música traz consigo uma leitura mágica e única.” (Eu lhes aconselho a ler este conto ao som de “A way of Life – Hanz Zimmer)
“Se você estiver lendo isto, provavelmente eu já terei atravessado o oceano atlântico, mas antes de tudo, eu precisava que você soubesse de uma das coisas mais importantes deste mundo.”
PS: Eu lhe imploro,
leia com calma.
Há dois meses atrás eu conheci a pessoa que mais amei em toda minha vida. Éramos como a água e o sal do oceano, nunca nos separávamos. Enfrentamos as furiosas tempestades, assim como, aprendemos a sentir a calmaria dos mares juntos, sempre juntos. A primeira vez em que fitei meus olhos sobre ela, questionei-me se tudo aquilo era real. Ela me sorria um sorriso-oceânico capaz de afundar navios e mesmo assim, escolhia salvar os pescadores que neles estavam. Cabelos negros ondulados que dançavam com o levar do vento, uns lábios avermelhados de quem já havia visitado outros lábios, e uma certeza no olhar que só os deuses poderiam saber o que se passava em seus pensamentos. Ela era a mulher mais poderosa que eu – e Deus – havíamos visto.
Tudo começou quando meu navio cruzava o oceano Atlântico seguindo ao sul do Pacífico. Eram tempos de guerra e precisávamos fugir dos navios britânicos a qualquer custo. Eu estava voltando pra casa na esperança de abraçá-la novamente. Mas o vento não estava a nosso favor, o nevoeiro cobria toda a nossa visão que piorava a cada minuto, e a furiosa tempestade aproximava-se cada vez mais. Aquilo parecia ser nosso destino cruel, nosso fardo. Nossos olhos abriam-se aos poucos enquanto nossos corações aceleravam bruscamente. E quando o navio britânico aproximou-se sem qualquer aviso prévio, o medo parecia ter sucumbido à todos nós.
Tiros de canhões ensurdecedores cobriam os céus, o barulho das madeiras acompanhava a sintonia das espadas. Não havia tempo para rezar, a tempestade já havia tomado o local. Minutos depois, a deusa dos mares foi quem tomou o controle de todo o oceano. Corpos caiam sobre as águas enquanto eu permanecia intacto no meio daquela crueldade sem fim. Nosso navio havia sido totalmente destruído e meu corpo navegou por dias sobre um pedaço de madeira.
Eu havia partido, e sem me dar conta, não havia percebido que tinha deixado meu coração em casa, escondido onde jamais ninguém poderia lhe encontrar. Sem a chance de um abraço aconchegante, de um beijo apaixonado ou sequer a menor possibilidade de dizer eu te amo mais uma vez em seus ouvidos. Eu estava perdido nos mares e nas profundezas dos meus oceanos. Selei meus olhos e me recordei da primeira vez em que meus lábios tocaram os lábios dela. Era como sentir um pequeno pedaço do paraíso na terra. Nos momentos mais simples, eu pude sentir os mais profundos sentimentos. Tudo se passava por meus pensamentos. Todos os momentos ao lado dela. Todos os instantes sentindo ela. Todos os dias que vivi com ela. Eu apenas queria sentir a sua pele quente em meio aquele por-do-sol gelado.
Enquanto meu corpo boiava sobre o pedaço de madeira, eu percebi que não havia mais nada ao meu redor, apenas as águas do oceano pacífico. Mas quando meus dedos escorreram da ponta da madeira e tocaram as ondas do mar, eu sentir que ela também estava ali comigo, ela era o sal da vida que guiava meu coração como um Leme de navio que mapeia o caminho daqueles que sabem o valor de amar. Novamente eu fechei meus olhos, e deixei que o oceano levasse aos poucos o meu corpo.
Eu a amo.
Amo a maneira com que ela sorrir.
Amo o jeito com que seus olhos se apequenam quando ela chora de tanto sorrir.
Amo o jeito do mar se acalmar com seu sorriso em direção ao meu.
Eu a amo.
Éramos como a água e o sal do oceano, nunca nos separávamos. E a força que hoje incendeia dentro do meu peito é a coisa mais profunda e única neste mundo;
Amor.
PS: Caso não tenha lido com calma, eu receio que não terá mergulhado no mesmo oceano do conto.
Imagem de capa: Patrick Foto, Shutterstock
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