Depois de algum tempo, você não faz mais questão de ter razão. Você já não quer mais convencer ninguém de nada, nem provar que seu ponto de vista ou suas escolhas são mais coerentes e sensatas. Depois de algum tempo você conquista uma grande certeza acerca de sua grandeza, e isso lhe dá paz, lhe dá segurança, lhe assegura que está no lugar certo, com pessoas especiais.
Depois de algum tempo, você aprende a se respeitar. A respeitar a imagem que vê refletida no espelho, a tolerar as imperfeições que começam a surgir, a transformar as singularidades do seu corpo em características charmosas. Você aprende a respeitar a necessidade de ficar sozinho, de não ser perfeito o tempo todo, de chutar o balde de vez em quando. Você descobre o que é da sua natureza, do seu feitio, do seu agrado. E consegue lidar bem com isso, sem a necessidade de se justificar por ser quem é.
Depois de algum tempo, você entende que precisa se agradar em primeiro lugar. Entende que só quem está bem consigo mesmo consegue dar o melhor de si, e por isso não se culpa quando impõe limites, quando não aceita aquele convite, quando diz “não” àquela solicitação.
Depois de algum tempo, você faz as malas com facilidade. Tem mais apego às vivências e memórias do que às roupas penduradas no closet e entende que a felicidade não se planeja, se vive. Aprendeu que pode chover na praia ou fazer dias de calor intenso no inverno e por isso aceita a mudança de planos com jogo de cintura e bom humor, do mesmo modo que já não sofre mais quando algo não sai conforme o combinado. Sabe que a vida é feita de banhos de chuva e imprevistos, e que é sinal de sabedoria tolerar o que não dá para transformar.
Depois de algum tempo, você descobre seu valor. Descobre que por trás da sua maluquice, esquisitice e contradição, há alguém que já não pode mais autorizar ser classificada pela fachada. Alguém que amadureceu e fez pactos com o amor-próprio, com a superação dos traumas e decepções, com a cura das mágoas e aflições.
Depois de algum tempo, você só quer um relacionamento sério com a sua paz. Já não se esforça tanto por amizades sem reciprocidade, e não sofre em demasia por aqueles que não querem seguir a estrada ao seu lado. Não força chaves em fechaduras erradas nem tenta calçar sapatos que não lhe servem mais. Aprende a se preservar, a não abrir seu coração para qualquer um, a não dar ouvidos para julgamentos superficiais. Tem convicção de tudo que é capaz, e, acima de tudo, põe pontos finais em tudo o que tira a sua paz…
Imagem de capa: Anca Dumitrache / Shutterstock
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Certa em cada palavra.
É exatamente assim.
Parabéns pela forma de como toca cada um, parabéns pelo ótimo trabalho.
Tenho acompanhado seus textos alguns meses. Todos eles são excelentes.
São ótimos.
Verdadeiro
Formidável! Simplesmente descreveu o instante em minha vida.
Isso acontece quando percebemos que o tempo está passando e temos certeza das nossas convicções. Bela escrita. Boa semana.Bjs.
A paz interior existe quando não permitimos que outras pessoas controlem nossas emoções .
Uma palavra resume: SENSACIONAL!!! ❤
Opa! Bateu. Obrigado.
Não existem certezas sobre nós mesmos e nem sobre a vida!! O que realmente sabemos sobre nós mesmos e sobre a vida é que vamos passar o nosso tempo nesta vida vivendo e aprendendo, superando e se superando!! Superação é o nosso destino de cada dia!!. E o sentindo da vida nada mais do que o sentido que damos a ela. Ser feliz é um estado de espírito que resulta da forma como conduzimos a nossa vida, pois somos nós mesmos que criamos a nossa realidade através dos nossos atos pensamentos e desejos. Portanto podemos modificar essa realidade com atitudes. A escolha é sempre nossa. Paz é estar em paz consigo próprio!! No mais são incertezas!! A vida é bela para quem quer... Avante!! ©Leonardo Ramalho (Caduceu) in @Reflexões & Pensamentos
Esse post é tão lindo