Como encontrar as respostas quando não sabemos sequer quais perguntas fazer? Como se pertencer novamente quando nos perdemos em nossos devaneios e desilusões? Como encarar o mundo quando o que mais queremos é nos esconder dele? Às vezes, a vida é um pouco estranha. Não sabemos dizer o que estamos sentindo e porque estamos assim. Até chegar um ponto em que percebemos que não estamos sentindo absolutamente nada. Nos encontramos no auge de nossa inércia existencial, vagando pelas trincheiras mais profundas de nosso ser. É quando os pensamentos são a melhor e única companhia que podemos ter.

Não é pessimismo, depressão ou qualquer outro tipo de síndrome que queiram nomear. Nem todos os dias estamos bem e dispostos a tudo. Isso é normal e um direito. Muitas vezes, quando estamos nessa situação, tentamos esconder e fingir que está tudo bem. É justamente essa atitude que contribui para que as coisas piorem. É claro que não vamos sair por aí gritando nossos problemas aos sete ventos, porém pode ser que alguém tenha a palavra amiga que necessitamos naquele momento. O orgulho será o maior obstáculo a ser enfrentado para darmos o primeiro passo e caminharmos em direção a pacificação.

Muitos exaltam a atitude daqueles que optam por guardarem tudo para si, e os consideram fortes por isso. Entretanto, é possível perceber fortaleza na fraqueza e coragem daqueles que tem a humildade de transparecerem o que se passa dentro deles. Não é uma tarefa fácil falar de si, mas, às vezes, é a única chance de termos uma visão diferente. Quando não sabemos o que queremos e o que fazer, consultar pessoas que nos consideram e nos querem bem pode ajudar mais do que imaginamos. Podemos até guardar tudo para nós mesmos, mas chega uma hora em que o compartimento começa a ficar cheio e, aos poucos, nos sufoca.

Quando as crises existenciais aparecem em nossa vida, pode ser sinal de que está na hora de conferir um novo significado à ela. Por mais que sejamos resistentes a mudanças, é preciso saber o momento em que certos ciclos se completam para que outros possam começar. Mesmo em meio ao turbilhão de uma mente confusa e barulhenta é possível encontrar a paz. Preste atenção, talvez, ela habite no caos que há em você…

Imagem de capa: golubovystock, Shutterstock

Rachel dos Santos

Paulistana, porém mineira de coração. Viciada em música e sorvete, adora filosofar no facebook e compor canções que guarda a sete chaves. Estudante de jornalismo , pretende construir um mundo mais bonito por meio de seus escritos. Acredita que a simplicidade é a chave que abre a porta da felicidade. Sempre usa reticências no final das frases porque sente que sempre há um pouco mais a se dizer...

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