No princípio eu não queria e nem esperava que isso acontecesse. Era uma possibilidade ínfima, praticamente inexistente a chance de existir algo entre nós. Mas você investiu, insistiu e persistiu nessa loucura que nasce da mistura de nós dois. Eu resisti e fugi o máximo que consegui, até que deixei de dar ouvidos às minhas paranoias que teimavam em dizer que tinha tudo certo para dar errado. E, por ironia do destino, ou não, deu.

Apesar de tudo, essa comédia romântica e dramática sem final feliz que protagonizamos foi uma escola onde aprendi, principalmente, a valorizar os pequenos grandes momentos que, às vezes, não damos a atenção merecida. Entretanto, por incrível que pareça, não tenho muito a lamentar sobre a efêmera e intensa história inacabada que escrevemos juntos. Parecia que eu já estava adivinhando que o fim seria tão próximo e inevitável quanto a troca das estações e, por isso, aproveitei cada instante como se fosse o último. Até que o derradeiro dia chegou e levou você com ele.

Nunca imaginei que o fim de algo que nem deveria ter começado pudesse machucar tanto. Mas as lindas lembranças que construímos são como anestésicos para aliviar a dor e ajudar a cicatrizar as feridas que a sua ausência deixou. Não brigo mais com o destino por ter colocado você em minha vida, ela não seria a mesma sem a sua breve e inesquecível passagem.

Você me fez arriscar e ir às últimas consequências para demonstrar o que eu sentia. Mas já era tarde demais. Sua vida havia tomado um rumo contrário à minha, e não tinha volta. Estou seguindo o último conselho que você me deu, tentando ser mais aberta e demonstrar mais meus sentimentos. Contudo, confesso que ainda não aprendi dizer aquilo que você tanto quis ouvir, mas meu medo não me permitia falar.

Sei que você não vai voltar e que, talvez, isso tudo não faça mais sentido. Mas quero que saiba que um “eu te amo” pode ser dito de infinitas formas, e esta é uma delas. Porém, conjugada no passado. Hoje entendemos que simplesmente não era para ser. Resta somente a certeza de que foi bom enquanto durou, e isto basta…

Imagem de capa: bondart, Shutterstock

Rachel dos Santos

Paulistana, porém mineira de coração. Viciada em música e sorvete, adora filosofar no facebook e compor canções que guarda a sete chaves. Estudante de jornalismo , pretende construir um mundo mais bonito por meio de seus escritos. Acredita que a simplicidade é a chave que abre a porta da felicidade. Sempre usa reticências no final das frases porque sente que sempre há um pouco mais a se dizer...

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