Ana Carolina Santos

Eu preciso te dizer o quanto a carência é traiçoeira…

azem 7 meses que estou solteira e, durante esse tempo conheci muitas pessoas. Sou um ser bem curioso quando se trata de homens interessantes, que atendem aos meus gostos peculiares.

Sou de fase na verdade, tem épocas em que os sarados me atraem mais, outras no entanto, prefiro os gordinhos (aqueles de óculos e com a maior pinta de nerd, sabe?). Já gostei de garotos mais novos, homens mais velhos, pais solteiros… Mas, me apresentem sempre os barbudos, por favor!

Eu já me apaixonei, muitas vezes. Mas, nos últimos seis meses, tenho evitado o inevitável. Tive umas recaídas e desejei, desesperadamente, dividir a vida com alguém de novo. Opa!!! (Barulho de freada!).

Por ser muito “coração” eu dispensei todos os convites para sair, tomar uma cerveja e ser só mais um número entre os contatos. Por amadurecer (ou não*?*), decidi que só ia ceder pra quem fizesse meu coração bater mais forte. Acontece que eu não consegui beijar a boca do bendito que conseguiu tremer a base aqui. (Risos)

E a minha vontade de ter alguém foi aumentando, mesmo eu me bastando, treinando duas vezes na semana, trabalhando, saindo com as amigas, assistindo Netflix com pipoca e coca-cola, rindo horrores com minha afilhada, cozinhando pros meus pais…

Eu queria alguém, a princípio, pra agarrar no susto do filme de terror dentro do cinema, ter alguém pra abraçar na mesinha do bar, rir até a barriga doer, e chorar até a cara parecer um botox fracassado numa pele de 80 anos. Queria alguém pra dividir a vida. Dividir meus medos e anseios, meu humor e mau humor. Mas, como isso é mais íntimo que sexo, não podia ser qualquer pessoa. Tinha que ser aquela que chega arrebentando tudo, saca? Que te tira do chão, que faz você fazer mil planos em 2 segundos de troca olhar, entende? Que faz você achar que decifrou o mistério da vida! E que você torce com todas as figurinhas pra essa desgraça não ir embora nunca mais.

Nada deu certo. Todas as vezes em que me interessei por alguém, algum erro de percurso aconteceu. Então, no auge da carência, resolvi dar uma chance à um rapaz que, não sei como, não desistiu de mim em 3 meses de tentativa. Saímos – aleluia! Foi bom, uma noite agradabilíssima. Ótimo papo, ele se comportou como um cavalheiro, cantei pra ele, nos beijamos, nos abraçamos… Enfim. Saciei minha vontade de ter e de ser de alguém. Mas, não tive aquele imprinting. Dormi satisfeita, mas não dormi suspirando. E não, não tem nada de errado com o rapaz, e não, não estou entre o grupo de mulheres que dispensa caras bacanas. Só não mexeu comigo.

E, é por isso que eu digo, às vezes você está mesmo cansado da vida de solteiro, e às vezes você só está precisando sentir-se vivo numa noite.

Minha vontade de namorar, passou. Não porque quero sair por aí pegando geral, mas porque me lembrei que ainda tenho assuntos pendentes comigo mesma. E se ainda não cumpri coisas que quero fazer sozinha (como viajar, por exemplo), eu definitivamente, ainda não estou pronta para me envolver.

Ser sincero consigo mesmo é o primeiro passo. Reconheça sua carência. O segundo, é ser sincero com o outro. Revele sua verdadeira intenção. Você tem todo o direito de querer uma vida, ou uma noite, mas cuidado. Certifique-se de estar pronto, tanto para um, quanto para outro.

E, por favor, pare de construir romances virtuais. Eles não levam a nada se não tiver presença. Você pode namorar à distância e tudo mais, mas preze a presença. Porque só ela vai te dizer se é carência, ou afeto.

Imagem de capa: Breslavtsev Oleg, Shutterstock

Ana Carolina Santos

Ana Carolina Santos Mãe em tempo integral; Apaixonada pela ética e pela liberdade; Escrevo por amor às causas perdidas! Instagram: @cronicasdeumavidanaovivida

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Tags: carência

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