Tenho um amigo que vive repetindo “queria muito passar em um concurso”. Ele fala isso há anos. Esse mesmo amigo está insatisfeito com o trabalho atual, esgotado, reclama todos os dias, se sente injustiçado, gostaria de ir além na carreira.
Mas, adivinhe? Ele nunca chegou a tentar uma prova!
O problema do meu amigo é o medo do fracasso. Não é que ele se subestime. Ele sabe que tem potencial e, por isso mesmo, teme o julgamento e a decepção caso não se saia bem.
Essa historinha não é original, ao contrário, é recorrente. Creio que todos nós temos um conhecido, um amigo assim. Ou ainda: nós mesmos caímos nesse tipo de armadilha muitas vezes. Se este é o seu caso, preste atenção no que tenho para compartilhar.
O medo pode realmente ser paralisante. Contudo, também pode servir de alavanca para mudarmos o que não está bom. É preciso encontrar aquela linha tênue entre as duas definições e se posicionar do lado que vai lhe levar adiante, focando no resultado.
Sei que não é tão simples quanto parece, assim, escrito. A vida real te dá rasteiras e nem sempre o universo parece conspirar a favor.
No entanto, voltemos ao exemplo do meu amigo.
Concursos são, de fato, difíceis e muito disputados. Dessa forma, é comum que o candidato ou abandone o trabalho tradicional, se dedicando exclusivamente aos estudos, ou passe todo o tempo livre entre apostilas e exercícios.
Essa dedicação intensa é necessária, mas não vem sem culpa. É absolutamente normal sentir-se negligenciando a família e os amigos. E esse sentimento reforça o medo do fracasso. Afinal, o que “eles vão pensar se, depois de tanto esforço, eu não passar?”.
Desse pensamento surgem sensações de inferioridade de todos os tipos e você começa a duvidar de si mesmo. Acha que os outros são mais inteligentes, que você não consegue aprender por mais que se dedique, sente muita vergonha de estudar e não obter bons resultados, etc.
Se bobear, você acaba entrando num círculo vicioso e essas neuroses, sim, são verdadeiros pedregulhos no caminho do sucesso.
Mas, calma lá! Respire fundo e reflita comigo sobre o assunto. Antes de tudo, aceite algumas verdades – que não são absolutas, mas que se aplicam em muitas situações. Afinal, você pode estar numa delas e é preciso aprender a lidar.
A primeira delas é que cada pessoa tem seu ritmo.
Não é porque o vizinho passou em determinado concurso que você também vai. E isso se aplica a outros exemplos: conseguir uma vaga de emprego, abrir um negócio de sucesso, etc. E isso não quer dizer que você, coitado, está fadado ao fracasso. Nada disso! Há muitas variáveis em questão.
Talvez o vizinho tenha se mantido mais tranquilo durante a prova, tenha melhores contatos ou conte com um apoio especializado. Cada pessoa tem seu tempo e cada caminho é único. Desejar o caminho do outro não vai te levar aos mesmos resultados. Descubra o seu e como tirar o máximo dele.
Outra verdade é que nem sempre seu máximo será o suficiente.
Você pode ter se dedicado com afinco, passado noites em claro, e, mesmo assim, o resultado pode não ser o esperado. E tudo bem! Não é o resultado de uma prova, uma entrevista ou um contrato que vai definir quem você é. Siga tentando, se melhorando. Se você quer muito uma coisa, os obstáculos só vão lhe deixam mais forte. Lembre-se que a disputa é sempre com você mesmo. Então, bola para frente e prove a si mesmo que pode.
Mais uma: muitos podem falar, mas sua família e seus verdadeiros amigos vão te apoiar.
Sabe aquela música “deixe que digam, que pensem, deixa isso pra lá!”. Pois é. As críticas negativas aparecem – normalmente vindas de pessoas que não sabem como tem sido sua caminhada. Mas tenha em mente que sua família e seus amigos lhe amam e vão lhe apoiar. Eu entendo que você não queira desapontá-los, mas não se cobre tanto. E se a postura de alguém próximo estiver lhe incomodando muito, converse com a pessoa e diga como se sente.
Claro, há casos de medo do fracasso que precisam de tratamento médico ou psicológico. A forma extrema desse sentimento é uma patologia chamada de Cacorrafiofobia. Para quem sofre desse mal, a orientação de um profissional da Saúde é o melhor caminho.
No fim das contas, o principal exercício que precisa ser feito é o de não deixar o medo dominar seus pensamentos e ações. Aprenda a identificar os gatilhos desse sentimento ruim e quando perceber que ele está se aproximando, já busque combatê-lo. Observe se você não está tendo alguns comportamentos nocivos e acabe com eles.
Você está criando expectativas irreais?
Às vezes, porque nos esforçamos muito, esperamos ter sucesso já na primeira tentativa. E quando não conseguimos, vem aquele sentimento de fracasso. No entanto, só porque o bom resultado não veio rápido, não quer dizer que não esteja logo adiante ou que você não seja capaz. Tudo tem um tempo para acontecer. Respeite o seu e se orgulhe de estar no caminho.
Você está se auto-sabotando?
Algumas vezes os resultados ruins estão vindo de uma vontade inconsciente de não estar envolvido naquele determinado projeto. Dessa forma, converse consigo mesmo, seja o mais honesto possível, reveja suas prioridades e vontades. Seus motivos são justos e lhe fazem bem? Ou será que você está nesse caminho pelas razões erradas e, mesmo que involuntariamente, não está dando o seu melhor?
Não é fácil identificar essas situações e, menos ainda, lutar contra elas. Mas, repito, cada pessoa tem uma maneira muito própria de lidar melhor com os sentimentos e é fundamental descobrir a sua.
De qualquer maneira, quando falamos em medos, sua mente pode ser a vilã ou a mocinha. Cabe a você, unicamente, manter seu pensamento numa vibração positiva. Faça o exercício diário de se imaginar na situação ideal: vencendo os desafios e conquistando o que mais deseja. Como diz o professor Vilson Cortêz traga à memória aquilo que te dá esperança”.
E, não, você não precisa ser religioso ou ter qualquer crença espiritual para entender a força do pensamento. Obviamente, não é como se apenas com o pensando positivo você vá afastar seus fantasmas e conseguir absolutamente tudo o que deseja da noite para o dia. Mas, embora não existam estudos científicos que comprovem o poder da mente, há pesquisas que apontam que o otimismo influencia, e muito, em questões de saúde, por exemplo.
E, por fim, vale ressaltar, ainda, que o conceito de fracasso é muito subjetivo. Não é vergonha desistir de um caminho e enveredar por outro, totalmente diferente. Tampouco é fracasso começar de novo quantas vezes você achar que valem a pena. O importante é dar tudo que naquele determinado momento.
Além disso, todo “fracasso” é uma oportunidade de aprendizado. E quando aprendemos, crescemos como seres humanos, como profissionais, como cidadãos.
Se você tentou e o resultado não for o esperado, ao menos você sabe que esteve 100% envolvido. E, no fim das contas, quantas pessoas hoje em dia podem se orgulhar de dizer que levantaram do sofá e fizeram as coisas se movimentarem?
Você tem todas as ferramentas para isso! Então foque seu pensamento no presente e toda a sua energia em estar no caminho que lhe faz feliz. Sempre em busca da melhor versão de si mesmo. O resto, a vida traz de brinde.
Imagens: Inara Prusakova/shutterstock
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