A vida pede desconstrução para melhor conexão. Pede que algumas certezas venham ao chão. Em cada passo ela não desafina, só nos pede que diminua o ritmo pra não perder sua rima.
Nem sempre as descobertas são suaves, por vezes carregamos pesos tão desnecessários que precisamos encará-los, desarmar velhas crenças que já não nos servem mais. Jogar fora tanto lixo acumulado.
O mergulho é certo, porque no raso nada se conecta. Precisamos nos afogar em nosso próprio mar de angústias e dúvidas para na próxima onda sermos salvos pela nossa maré de fé, refeita, perfeita, luminosa. Essa fé que nos guiará por qualquer mar.
Na desconstrução do que pesa, queremos mais do que nos eleva. Tiramos a poeira da prateleira dos sentimentos. Jogamos fora os livros que nunca lemos e ateamos fogo nas páginas que não fazem mais sentido. É transmutação necessária, é limpeza profunda.
Para reconstruir precisaremos de fôlego, de abertura. O vazio vem primeiro, para nos ensinar que o silêncio também é sábio, e que no tempo certo as novas sementes podem florescer. Novos horizontes podem nos expandir, de dentro pra fora, como a gente se permitir.
Imagem de capa: Twin Sails, Shutterstock
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