Antes de começar esse texto, gostaria de dizer que sim, é um relato pessoal. Mas que não, não foi fácil escrever tudo o que escrevi aqui (e que também não é em vão).
Gostaria também de dizer aos meus parceiros de vida, que minha intenção nunca foi ser a chata do rolê, e que eu verdadeiramente SINTO MUITO, por tudo.
Até chegar onde estou, muitas crises foram vividas (ainda vivo). A maioria delas sem entender qual o meu papel no mundo, na vida. Porque as coisas me afetam tanto, porque minha gastrite não melhora, porque choro com facilidade (assim como dou gargalhadas)… e parece que encontrei a resposta.
A incompatibilidade de ideias e vontades é a parte mais simples desse processo. Quando todos os sentimentos são potencializados dentro de você, adequar-se ao mundo se torna algo muito difícil. E talvez incompreensível para a maioria das pessoas.
Hoje cedo estava conversando com uma amiga, e ao relatar minhas lamúrias, ambas escreveram: Você é muito intensa/ Eu sinto muito.
Imagine então, que enquanto a maioria das pessoas negam seus sentimentos e nadam na superfície do ser (existir), pessoas como eu, estão submersas, sentindo tudo o que deve e não deve por mais tempo. É como se a maioria das pessoas fossem a ponta do iceberg, e eu a parte submersa, que não se vê de primeira… mas que é a maior parte do gelo.
Aos 26 anos eu percebo que todas as dores que sinto, são na verdade, a potencialização das dores iniciais. Dentro de mim a alegria, o medo, a tristeza, a frustração, o amor e todos os outros sentimentos, pulsam e ardem pelo menos 5x mais.
Por esse motivo, é muito fácil ouvir das pessoas que sou muito empolgada ou que estou sempre triste. É comum chegar e partir em apenas um instante, é comum sofrer. É muitíssimo comum ouvir que sou complicada, que nunca terei muitos amigos ou que dificulto muitas coisas.
Mas eu juro, juro juradinho que não é proposital. Muito menos uma forma de querer atenção pra si. Pelo contrário, seria ótimo o anonimato. Se você, assim como eu, sente muito, perceberá que a culpa não é sua.
Mesmo refletindo muito, tendo acompanhamento médico/psicológico, estar em concordância com o mundo exterior é um grande passo. Um passo tão grande que por muitas vezes minha perna não alcança, não consegue.
Ao mundo, peço a única coisa que pode estar ao alcance de todos: a EMPATIA.
Essa é a única forma de se relacionar e confortar os que muito sentem, os que muito são.
Imagem de capa: ielanum, Shutterstock
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