Nem sempre somos capazes de perceber rapidamente que algo está errado. Aliás, nós percebemos e sentimos, mas em grande parte do tempo não damos ouvidos aos sinais do ambiente, das pessoas ou mesmo de nosso próprio corpo.
Somos capazes de perceber que alguém nos observa mesmo sem olhar para a pessoa. Diversas vezes pensamos que algo vai acontecer, e aquilo realmente acontece. Podemos sentir que existe algo errado e, só depois de algo grave nos acometer, perceber que haviam sinais e eles não foram ouvidos. Ou seja, existe uma capacidade dentro de nós que lê sinais, basta que estejamos dispostos a vê-los e, o mais importante, aceitá-los.
Compreender esses sinais é um exercício de maturidade, autoconhecimento, troca e, principalmente, de atenção e humildade.
Para que você esteja mais apto para reconhecer o que pode estar além do que parece óbvio, seguem algum pontos que devemos observar com atenção e que podem nos fazer “parar” por uns segundos e refletir antes de uma decisão.
O medo é um mecanismo de defesa que visa nos proteger de coisas, pessoas e locais que ainda não conhecemos e que, justamente por não conhecermos, poderiam nos oferecer algum perigo. É normal que sentimentos assim apareçam frente a situações novas. Se, entretanto, esses sentimentos forem uma constante em ambientes e com pessoas com as quais você passa muito tempo, é necessário compreender o que está desencadeando essa sensação.
É comum que, por exemplo:
Nem sempre o obvio retrata a realidade. Devemos nos lembrar que todas as pessoas trazem consigo uma multiplicidade de sentimentos e um histórico de vida único que podem torná-las adoráveis, mas que também podem esconder características perigosas.
Lembre-se que:
Ou seja, os sinais podem estar escondidos além do que é socialmente esperado de uma pessoa, profissão ou local que frequentamos. Se você sentir que existe algo estranho, pense mais uma vez.
O corpo fala e devemos escutá-lo.
Tensão constante pode gerar dores de cabeça e no corpo- e a origem pode ser emocional, fruto de algo que está tornando a vida da pessoa difícil a maior parte do tempo.
Adoecer pode ser um pedido desesperado do corpo que opta por entrar em pane para obrigar a pessoa a parar. Parar fisicamente pode significar parar de sofrer emocionalmente.
Existe inteligência no corpo e essa inteligência é ligada a tentativas de sobrevivência. Por outro lado, os estudos da psicossomática indicam correlação direta entre o emocional e o organismo: uma pessoa estressada, por exemplo, pode ter aumento dos batimentos cardíacos que levam ao aumento da pressão arterial e que podem multiplicar os riscos de problemas cardíacos.
Exemplos como os mencionados acima não faltam, mas a questão é: você observa se pode existir relação entre o que seu emocional sente e o que o seu corpo fala?
“Quem avisa amigo é.” Amigo também deve ser aquele que reflete humildemente sobre o que foi falado. Tendemos a nos armar e refutar ideias e “conselhos” de pessoas próximas. Entretanto, se algumas das pessoas que consideramos estão dando indicativos de que estamos em um caminho errado, não deveríamos parar e ouvir? Tenho certeza que, por exemplo, uma amiga próxima aconselha a outra que está gastando demais ou brigando demais com a família. A questão é, aquele que ouve o conselho reflete sobre o que ouviu ou apenas escuta?
Indicativo de que existe algo errado também é o afastamento de pessoas próximas. Por que elas estão mais distantes? O que gerou o afastamento? É importante ressaltar que qualquer um dos lados pode ter maior responsabilidade nisso, mas não ver o real motivo pode ser ignorar grandes sinais de que existe algo muito errado.
O desvio de um sentimento para compras, alimentos ou qualquer outra compulsão é indicativa de que existe algo sendo trilhado no caminho errado. Toda compulsão acarreta consequências para pessoa.
A atenção ao que está por trás de ações que tomamos ao longo do dia e de como nos sentimentos em relação à elas é uma grande chave para administrar melhor os sentimentos, até mesmo para não perder o controle nos momentos em que eles naturalmente oscilam.
Se você se identifica com algum dos pontos descritos acima, procure ajuda das pessoas em quem confia, converse com elas sobre isso e, se achar necessário, não se acanhe em procurar um profissional especializado. A maturidade de reconhecer que se precisa de ajuda é uma das maiores dádivas daqueles que querem se tornar pessoas melhores.
Imagem de capa: Falcona, Shutterstock
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