Imagem de capa: Mariia Khamidulina, Shutterstock
O bom humor e o riso nos ajudam a tirar o peso de assuntos terríveis. No entanto, devido ao fato de que em diversas situações não é bem visto rir e de que, culturalmente, nos ensinaram a estar sempre preocupados com tudo, escolher a opção de levar a vida com bom humor passou a um segundo plano.
As tragédias que podemos ver todos os dias nos jornais nos mostram uma realidade em que a negatividade tem um papel de protagonista. Além disso, as queixas que as pessoas ao nosso redor pronunciam em voz alta nos fazem duvidar do quão justa ou não é a vida.
“A negatividade do mundo é um inimigo cuja força pode enfraquecer seu sorriso”.
-Helen Exley-
Nos impregnamos com tudo isso até o ponto em que ficamos tão condicionados por esta visão adversa de nossa existência que terminamos lançando palavras terríveis e nos lamentando pelo vaso que acabou de se quebrar ou pelo estabelecimento que fecha cedo demais.
A preocupação vista como uma demonstração de respeito
Levar a vida com bom humor é incompatível com uma cultura em que a preocupação é sinal de respeito. É verdade que brincar com as desgraças ou a morte mostra uma falta de consideração pelos demais. No entanto, às vezes é preciso ver a parte positiva de todo o “mal” que acontece conosco, pois afinal, de uma forma ou outra, já aconteceu. Exemplifiquemos isso com uma grande história.
Fernando tinha 32 anos quando ficou sem trabalho. A empresa onde ele trabalhava foi afetada pela crise, e por isso houve uma redução no quadro de funcionários. Todo mundo sentia pena de Fernando, tentavam lhe dar ânimo, esperança, mas com um traço de tristeza e desânimo em seus rostos.
Fernando não se sentia afetado por isso. Sim, ele havia perdido o emprego, mas esta era uma grande oportunidade para empreender e montar sua própria empresa, ou para se envolver em outros projetos, quem sabe? Ele sempre tinha um sorriso no rosto, algo que parecia incomodar muitos membros de sua família, que diziam: “Como você pode estar tão feliz e despreocupado depois de ter sido demitido? Por acaso você não se importa?”
“Nem seus piores inimigos podem lhe causar tanto mal quanto seus pensamentos”.
-Buda-
Estamos em um mundo em que queixar-se e lamentar-se é o normal, e quem sai deste padrão é julgado em silêncio ou em voz alta. Por exemplo, não é verdade que alguma vez já pensamos em como alguém poderia estar bem se há poucas semanas havia perdido o marido ou terminado uma relação?
Levar a vida tão a sério faz com que, às vezes, dramatizemos em excesso situações que têm uma solução simples. Claro que cada circunstância é diferente, mas se soubermos sorrir e ver o futuro com otimismo, tudo será mais propício e poderão surgir nossas tão sonhadas oportunidades.
Você escolhe como enfrentar a vida, a partir da tragédia ou da comédia
Levar a vida com bom humor não significa rir de tudo que acontece com os demais, nem ignorar todas as situações complicadas que surgirem em nossas vidas. Não, viver a vida com bom humor implica não cair no vitimismo, afastar os pensamentos negativos e parar de se lamentar, começando a agir.
Quantas vezes já caímos na armadilha de declarar tudo que nos acontece como um produto do azar? E assim ficamos, tão tranquilos e sem fazer nada. Ainda temos um longo caminho a percorrer até conseguir aceitar tudo aquilo que acontece e sobre o que não temos controle algum, ao mesmo tempo em que não abandonamos a parte sobre a qual temos controle aos caprichos do vento.
Aprender a rir de uma situação trágica ou de um episódio doloroso pelo qual passamos é um sintoma de que temos uma grande resiliência. Isso não significa que nossa dor seja menor, e sim que contamos com um instrumento muito valioso para sufocá-la: o bom humor. Tirar forças para levantar a cabeça e sorrir para a vida apesar de termos sofrido inúmeros golpes, também.
Seguir em frente não é possível se nos colocarmos a escavar no poço em que caímos. Que sentido tem alimentar uma emoção de valência negativa para que se converta em um estado? Isso não nos incentiva a seguir adiante, a comprovar quão fortes podemos ser e a nos darmos conta de que contamos com recursos hábeis e suficientes para encarar estas situações que colocam nossa força à prova.
A resiliência é a capacidade de fazer frente às adversidades da vida, transformar a dor em força motora para superar-se e sair fortalecido delas. Uma pessoa resiliente compreende que é o arquiteto da sua própria alegria e do seu próprio destino.
Incorporar uma pitada a mais de humor em nossa perspectiva não deveria ser uma opção, e sim uma forma de existir. Porque constantemente nos esquecemos de que o humor faz com que cada dia seja bonito, que o nervosismo saia pela mesma porta pela qual entrou, e que qualquer ferida que nossa alma possa estar enfrentando seja muito mais leve. Além disso, o bom humor nos permite contagiar os outros com a nossa alegria.
Somos conscientes de que o riso e as endorfinas caminham lado a lado. No entanto, damos as costas a este analgésico natural que tem o poder de oferecer bem-estar onde antes havia desgosto. Não chegou a hora de equilibrar a tragédia?
Fonte indicada: A Mente é Maravilhosa
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Adorei seus textos. Parabéns!