Raquel Lopes

Não tente definir o amor

Imagem de capa: Tithi Luadthong, Shutterstock

Quantas vezes tentamos definir o amor? A gente quer algo que nos dê a certeza do que estamos sentindo, ou ainda, a certeza do que estão sentindo pela gente.

A gente quer uma explicação, nem que sejam meia dúzia de palavras ou alguma equação que some A + B e que no final o resultado esteja bem claro lá pra gente: “= AMOR”.

Não é tão simples assim, sabemos. O amor não vem das ciências exatas. Não é palpável, não é concreto, mas sim completamente abstrato. É feito de gestos, situações, sorrisos, olhares, acalentos, conforto, calor. Não dá pra definir em uma frase, esqueça. Não é um fluxograma em que você faz perguntas e chega nas respostas “e se isso, é amor”, “se não, não é amor”.

O amor é um sentimento, meus caros. O mais nobre e supremo dos sentimentos. Aquele que não tem definição única, aquele que nos transforma em crianças, aquele que acalma, aquele que doa, aquele que não pede nada em troca, aquele que é gratuito. Ok, melhor ainda quando o amor é correspondido, quando você dá e recebe de volta, sem cobranças, sem pressão, sem exigências.

Ninguém ama igual, exatamente da mesma forma. Tem gente que ama baixinho, tem gente que faz estardalhaço. Tem gente que busca abrigo, tem gente que é abrigo. Não julgue como o outro ama, não sufoque, não prenda. Já diria algum autor que o amor é a liberdade de poder ir, e mesmo assim decidir ficar.

Se a dúvida persistir ou houver a necessidade de ter certeza sobre este sentimento, esteja atenta aos sinais. Amor é muito mais que querer estar junto, ele não tem muitas vezes interesse ou vantagem pessoal. É querer estar com o outro por se sentir bem naquela companhia. É encontrar cuidado, conforto, abrigo, porto seguro. É ficar feliz pela felicidade do outro, mesmo que o motivo não tenha nada a ver com você. É dividir não somente a felicidade, mas também a tristeza. É perceber que o outro se preocupa com você, se está bem, se dormiu bem, se chegou bem, com seu bem-estar pessoal. É abrir mão de algum interesse próprio em prol do relacionamento e bom convívio dos dois.

Difícil definir o amor de uma única forma. O amor está intrínseco nos detalhes, nos mínimos detalhes que muitas vezes podem passar despercebidos.

Mas entre tantas definições, a melhor é que o amor permite que o outro esteja ao nosso lado por livre e espontânea vontade. Então, deixe viver, deixe rolar! Acalma essa ansiedade aí e viva o amor, sinta cada detalhe.

Pare de se preocupar se é ou não é, se vai continuar ali no amanhecer seguinte. Afinal o bom mesmo do amor é deixar ele nos invadir tão devagarinho, sem que a gente perceba. É deixar ele começar do zero, ali bem do início, pra se tornar um sentimento forte e evoluído. Esse amor amigos, ah! Pode acreditar que é bem mais resistente ao tempo do que qualquer paixão de 15 minutos.

Raquel Lopes

Gaúcha, engenheira de alimentos por profissão, escritora nas horas vagas. Capricorniana que ao contrário do que diz a astrologia, não tem um coração gelado, mas sim feito de manteiga. Apaixonada por cervejas artesanais, viajar, cozinhar e ir para a academia. Em matéria de amor já faltei aula, já fiquei em recuperação, já repeti o ano e também já fui aprovada com louvor. Acredito que o amor é o que move o mundo e através dele é que a gente evolui. Posso ter quebrado a cara algumas vezes, mas em todas elas eu me refiz. Uma definição de mim mesma? Fui e continuarei sendo uma romântica incurável.

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