Imagem de capa: KieferPix, Shutterstock
Te guardei em mim o máximo de tempo que pude. Tentei não esquecer daquilo que vivemos e sonhamos enquanto éramos um par. Mas não dá mais. Esse é o nosso último adeus. Devo seguir em frente, mesmo sabendo que isso significa nunca voltar a abraçar qualquer lembrança de nós.
Não sei acumular saudades. Acho que se fosse parar ser, ainda teríamos algo por dizer e fazer. Não deu. É hora de aceitar e conviver, diariamente, em amores futuros, que você não foi quem ficou. Houve tentativas, houve entregas e todos os indícios de um presente feliz, é verdade. Mas fazer o quê? O amor entre nós desandou. Largou os pontos, cansado, na primeira chance de esticar as pernas. Acontece, vai. Nem diria ter sido precipitado. Talvez esteja mais para seletivo. Não no sentido de escolher somente o bom e o prazeroso, nada disso. Concordo mais sobre a linha do até quando posso ir, até quando posso mudar.
Apesar de sentir um carinho enorme por você, esse mesmo sentimento não sobrecarrega o meu desejo de continuar. Despedidas não são covardes. Fingir permanecer, sim. Não quero isso para você, para gente. Sei que não é fácil de entender mas, acima de tudo, prometemos sinceridade, lembra? Então, a dor de agora é apenas o reflexo da faca de dois gumes que ambos empunhamos, lá atrás, no início.
Por favor, não diga que não foi amor. Você sabe que não é assim tão simples. Se fosse uma questão de atribuir expectativas, teria colocado todas sobre os nossos nomes. Enfim, vou seguir em frente sem você. Preciso. Viveremos novamente, cada qual do seu próprio jeito.
Para terminar, deixo o meu último adeus. Você aqui esteve e aqui amou. Pena que o nosso par encontrou motivos para deixar de somar.
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