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Drummond já dizia: “ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar”. Somos diferentes em opiniões, sonhos e vontades e é exatamente isso que nos torna únicos.
Tem-se por definição que pessoas ímpares são pessoas solitárias e amargas, mas isso é tão errado quanto contrário. Pessoas ímpares são pessoas reais, verdadeiras e simples. São pessoas que, embora saibam o valor da solidão, também, valorizam a companhia do outro.São pessoas que aprenderam a se amar, antes de despertar o amor ao próximo.
Chega a ser assustador essa necessidade em amar e ser amado que algumas pessoas apresentam, como se isso fosse um objetivo de vida e não e não um acaso. Muitos não entendem a diferença entre estar só e ser só e fazem dos momentos de solidão verdadeiros martírios para a alma.
Fernando Pessoa afirmava que o homem que não se encontra na própria solidão, não é verdadeiramente livre: “a liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo.”
Artur da Távola tem uma das definições de amor mais realistas da literatura moderna: “é preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão. E que amar, “solamente”, não basta. Entre homens e mulheres que acham que o amor é só poesia, tem que haver discernimento, pé no chão, racionalidade.
Tem que saber que o amor pode ser bom, pode durar para sempre, mas sozinho não dá conta do recado. O amor é grande mas não é dois. É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência.”
O insucesso de muitos relacionamentos se dá exatamente por essa razão: além de idealizarem um amor romântico inexistente, não conseguem ser boas pessoas ímpares, logo não são boas pessoas pares.
Outro grande problema que envolve o relacionamento é a responsabilidade que se coloca no outro em fazer o relacionamento dar certo. É preciso entender que não está nas mãos de ninguém a sua felicidade. O grande amor da sua vida é você! Honre-se! Respeite sua história, sua vida, sua família. Não crie expectativas que o outro não poderá suprir. Seja ímpar antes de ser par!
Quando falamos em pessoas ímpares falamos em pessoas que sabem ser felizes nos momentos mais delicados da vida. Falamos de pessoas guerreiras, simples, reais e que, por terem enfrentado as dificuldades de peito aberto, estão prontas para serem e fazerem outras pessoas felizes.
Pessoas ímpares são boas porque acreditam no amor, mas sabem que ele não tem poder de vencer tudo. São fieis, constantes e responsáveis. Possuem endereço fixo, são fáceis de encontrar e não somem no meio da relação como o mestre dos magos.
Pessoas ímpares são fortes. Encaram os problemas de frente e não culpam os outros pelas cicatrizes que carregam. Sabem que o companheiro atual não tem culpa do que os anteriores fizeram. Sabem que a felicidade não possui fórmula mágica e encontram na rotina motivos para serem felizes.
Pessoas ímpares não temem o tempo, as rugas, a solidão. Esperam por seus milagres lutando e não acreditam em resultados sem esforços. Pessoas ímpares são imperfeitas, cometem erros e sabem o valor do perdão. Sabem que a mudança de comportamento tem mais valor que meia dúzia de rosas entregues sem arrependimento.
Pessoas ímpares perdoam traições, mas não ficam vítimas delas. Terminam relacionamentos, mas se curam dos traumas. Carregam cicatrizes, mas não carregam as dores.
Pessoas ímpares são gratas, felizes e doces. Eternas aprendizes da vida, acreditam que essa vida é apenas uma passagem e, por isso, conseguem ver além das dificuldades.
Pessoas ímpares são raras, mas existem e eu desejo que, antes de você encontrá-las, você saiba a importância de se tornar uma.
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