Pamela Camocardi

Sente-se e pegue um café. Precisamos conversar sobre pistantrofobia

Imagem de capa: Lolostock, Shutterstock

Por definição, pistantrofobia consiste no medo exagerado de confiar nas pessoas, devido a experiências negativas do passado. Na prática é a atitude responsável por acabar com qualquer possibilidade de relacionamento.

Pistantrofobia é assunto sério, já que corresponda a um medo exagerado de tentar novos relacionamentos e não um medo sutil de envolver-se. Porém, há cura e é sobre isso que precisamos conversar.

Todos nós já fizemos escolhas erradas na vida, principalmente na vida sentimental. Convivemos com pessoas más o tempo todo: na academia, na fila do banco, na padaria, na família, no trabalho, no namoro e, muitas vezes, não nos damos conta do tamanho da maldade alheia. E por quê? Simplesmente porque as pessoas não trazem na testa uma placa dizendo “sou má, afaste-se!”.

Pessoas maldosas são tóxicas, pesadas e venenosas. Como não conseguem alcançar o próprio sucesso e serem felizes no amor, encaram a felicidade alheia como uma afronta ao seu fracasso e, muitas vezes, utilizam-se da frase “a maldade está nos olhos de quem vê”, para jogar no outro a maldade que fazem.

Somos humanos e, como tal, nossa natureza não é de toda boa. O bem incondicional, idealizado, sacro e perfeito que as religiões pregam é muito difícil de ser alcançado, mas não impossível. Chegar o mais perto que podemos da integridade, da bondade e do amor ao próximo é atitude de pessoas boas e racionais.

O problema é que há pessoas que alimentam suas almas com o fracasso e com a dor alheia. O relacionamento não deu certo, deseja que o outro sofra. Foi despedido do trabalho, deseja que a empresa entre em falência. Engordou, começa a denegrir a imagem dos outros para se sentir melhor. A verdade é uma só: as pessoas más precisam de tratamento psicológico e não de um romance.

O lado bom da vida é que para cada pessoa má, existem milhões de pessoas boas e, são nelas, que devemos focar. Ninguém é igual a ninguém e seu amor atual não tem culpa do que os anteriores fizeram. Acredite que dessa vez valerá a pena, que será diferente e que você será feliz. Entenda que para começar uma nova história é necessário deixar o passado para trás.

Nietzche dizia que “não poderia haver felicidade, jovialidade, esperança, orgulho, presente, sem o esquecimento”.

Diante de uma decepção amorosa, é normal que se cultive a dor por um tempo e que se continue a evitar novas histórias. Até aí, tudo bem. O problema está no fato de assimilarem o término com o fim de todas as outras coisas: fim dos sonhos, das expectativas e do casamento feliz.

Esqueça a traição que marcou sua vida, as palavras mentirosas que disseram sobre seu corpo e a rejeição que te fez recuar para um novo relacionamento. Pare de aceitar o que vier, selecione seus amores, suas amizades, seus afetos e entenda que querer viver um grande amor é uma coisa. Amar qualquer pessoa é outra bem diferente.

A sua felicidade nunca estará no passado, nem nas mãos de ninguém. Como dizia C.S Lewis: “existem coisas melhores adiante do que qualquer outra que deixamos para trás.”

Pamela Camocardi

A literatura vista por vários ângulos e apresentada de forma bem diferente.

View Comments

Share
Published by
Pamela Camocardi

Recent Posts

Como Gerenciar as Emoções em Momentos de Muito Estresse no Trabalho

O estresse no ambiente de trabalho é uma realidade cada vez mais comum. As exigências…

1 dia ago

Sobrevivendo ao abuso: como o EMDR transformou sua vida

"Foi então que uma amiga me recomendou o EMDR..."

3 semanas ago

A arte do day trading: quando cada segundo conta

O day trading é uma das formas mais dinâmicas e fascinantes de investimento, mas também…

3 semanas ago

EMDR: a abordagem psicoterápica adotada por famosos e que pode mudar a sua vida

Saiba mais sobre essa abordagem psicoterápica EMDR, prática reconhecida pela OMS e acessível também através…

4 semanas ago

Um dos romances mais amados de todos os tempos acaba de chegar à Netflix

Jane Austen, mestra em retratar as complexidades das relações humanas e as pressões sociais do…

4 semanas ago