Imagem de capa: Bona_natty, Shutterstock
Você provavelmente já deve ter lido ou escutado esta frase uma dezena de vezes tamanha é sua forma e representatividade no campo da filosofia e no conhecimento geral da sociedade. A frase imortalizada na obra impecável de Lewis Carol, Alice no país das maravilhas, tem diversas vertentes instigantes e provocantes que nos causa certa euforia para encontrar uma resposta não óbvia para uma pergunta que nos fazemos a partir do momento que começamos a questionar nossa vida e a direção que tomamos a cada dia: Para onde você quer ir? Aonde você quer chegar? Qual o melhor caminho a seguir?
Em diversas ocasiões nos questionamos a respeito disso, onde começa um caminho e termina o outro? Qual o nosso ponto de partida e chegada? Como saber se de fato nós chegamos onde imaginávamos chegar? Talvez nunca saibamos. Porém independente qual seja o caminho, o destino, o final, a trajetória é essencial e muito importante, pois ela e somente ela será capaz de delimitar como chegaremos ao final, em qual estado físico e mental que nos encontraremos ao final desta jornada.
Para que saibamos a conclusão dessa dúvida, precisamos antes de tudo descobrir onde desejamos chegar. Em qual parada da vida que precisamos descer e mudar de trem, ou então o que precisamos fazer durante a jornada para que ela seja realmente importante e possa ter um significado real para ser sustentada como necessária. Não saber para onde ir é o grande problema que encontramos durante a vida. O medo, a dúvida, o cansaço começam a falar mais alto do que a confiança na jornada, do que o desejo de chegar ainda mais longe, falam mais alto até mesmo do que nossa vontade de acreditar que haverá sim um final, e se soubermos aproveitar bem a caminhada ele poderá ser maravilhoso também.
Mas o que fazer quando não sabemos pra onde ir, onde queremos chegar, onde devemos de fato descer do trem da vida. A nova parada é sempre uma novidade sem limites e nem tamanho descrito. O medo do novo nos impede de mergulhar de olhos vendados em um lago qualquer em um lugar inabitado. Esse mesmo medo nos faz não acreditar que pode haver um caminho a ser seguido, e assim deixamos a vida passar, correr devagar e se esvair pelo vão dos dedos. E então quando menos esperamos o tempo já passou muito mais do que jamais poderíamos imaginar e só ficou em nós o desejo de ter tentado algo, uma infinidade de possibilidades que jamais aconteceram, um mundo novo e completo cheio de mudanças e atitudes. Uma vida inteira deixada de lado porque não sabíamos onde desejávamos chegar. E nessa de deixar o rio fluir, a água correr, e a chuva molhar onde ela bem quiser demonstra toda uma covardia que temos ao não enfrentar de frente a vida e não assumir as responsabilidades pelos nossos atos, a não seguir com vontade em direção do que poderá nos fazer mais felizes.
Quando não se sabe pra onde quer ir qualquer caminho serve. Por mais que ele esteja cheio de espinhos, ou seja, o mais longo para chegar a um lugar que não temos a mínima noção. Mas serve. Afinal é melhor que nada, isso é o que dizem aqueles que já estão acostumados a esperar muito pouco ou quase nada da vida. Aqueles que se contentam com tão pouco no dia a dia, por conta do medo que carregam consigo, medo esse que cega e não nos permite arriscar, medo de mudanças drásticas que rompem as barreiras do comodismo e nos incitam a querer fazer algo diferente.
Devemos então ter o máximo de cuidado quando escolhemos pra onde ir ou o que fazer. Afinal temos apenas uma vida pra viver. E o tempo não espera, não dá trégua, ele voa e só anda pra frente, só segue adiante, deixando pelo caminho aqueles que não o conseguem acompanhar. O tempo está aí para todos e cabe apenas a nós decidir como vamos vivê-lo e por mais que possamos trocar de vagão durante a jornada é impossível mudar o ponto de partida do trem. É impossível voltar no tempo e refazer a jornada, mudar o rumo ou o caminho. Somos parte daquilo que fizemos no passado, erros e acertos, momentos bons e ruins, escolhas certas e erradas. Porém o mais importante é ter a plena certeza e o desejo de onde queremos e desejamos ir e como devemos fazer para chegar ao destino. As provocações que nos propomos a cada dia nos fazem pensar e imaginar o que devemos fazer para que possamos encontrar o nosso caminho. Pois enquanto acreditarmos que qualquer caminho nos serve, será impossível dizer que chegamos onde realmente queríamos ter chegado.
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