Imagem de capa: Versta/shutterstock
Entrei no carro, ele estava ao telefone com um amigo decidindo onde iríamos naquele sábado. Acordei às 8h da manhã, depois de não dormir quase nada, encarei ao todo 3h de pista para trabalhar numa cidade vizinha, e só o que eu desejava era chegar em casa, colocar o meu pijama e mergulhar na minha cama. Mas quando eu o vi, não houve lugar onde eu quisesse estar mais, do que ali. Um braço estendido com a mão apoiada no volante, o outro com o celular no ouvido, camisa xadrez e aquele óculos que me deixa perplexa. Como eu adoro entrar naquele carro e vê-lo me direcionar aquela boca pra dizer um oi. É gentil.
Ele teve uma postura admirável durante todo tempo, fez questão de caminhar de mãos dadas, me abraçou, me beijou. Como se eu fosse realmente especial, como se realmente significasse algo. Me senti querida. Desejada. Respeitada. E de companhia valorizada. Uma noite agradabilíssima, do jeito que eu gosto. Sentamos em casal, conversamos, devoramos uma pizza, e rimos bastante.
Se tem algo que eu admiro nele é o som da risada. Soa como música aos ouvidos. Sabe aquela sensação de tirar um peso dos ombros? A risada dele suaviza meus problemas, tensões e ansiedade. Estou começando a acreditar que ele realmente é curativo, depois de erradicar minha dor de garganta, e principalmente quando faço questão de ouvir repetidas vezes o áudio do whatsapp só pra amenizar o peso do dia.
Já tivemos nossas estranhezas depois de 3 encontros. Palavras escorregaram mal ditas pelos dentes, e foram bem lidas pelos meus olhos. Nos chateamos. Eu deveria ignorar as mensagens futuras, ou responder de modo torto até ele desencanar, e procurar outra boca pra me divertir e me dizer o que quero ouvir. É assim que funciona hoje não é? Não pra mim.
Dia desses falávamos sobre estar apaixonado, e o velho e errôneo dito veio à tona “é muito cedo pra falar de paixão”. Então, perguntei se ele sabia o que era paixão, queria desesperadamente lhe mostrar meu ponto de vista, quando ele mandou um “sim” repleto de confiança. Recuei.
Gostaria que ele soubesse. Paixão é estado de graça. É querer o beijo, o abraço, o perfume e a barba todo dia. É acabar com a bateria do celular em instantes, de tanto ativar a tela pra ver se tem mensagem nova. É estar em algum lugar e imaginar como seria se o outro estivesse ali também. É lembrar dos momentos juntos e sorrir feito criança ao ganhar o brinquedo natalino do papai Noel, assim, inocente e cheio de sonhos. É esquecer quando se está junto, que um dia isso já te decepcionou e te transformou e te endureceu. É caber no abraço e se encantar com o encaixe. É ter alguém pra pensar o dia todo. É poder viver pra si e saber que tem alguém pra dividir. É esperar ansiosamente pelo final de semana e pelo convite despretensioso, que rende conversas intensas. Paixão é esquecer que houve passado, e não se importar se haverá futuro, desde que o agora aconteça. Paixão é ficar toda admirada quando olha as fotos do perfil. Paixão é ignorar a humanidade defeituosa do outro e o estimar em abundância.
Mas, paixão é fugaz. Quantas vezes me apaixonei na fila do banco, na farmácia, no trânsito. A gente se apaixona pelo gesto, pelo sorriso, pela jogada de cabelo. Somos instante, apaixonáveis. Esse estado de graça se não alimentado, dissolve e se perde por aí, com o vento. Por isso as pessoas têm medo de se assumir apaixonados. Medo duplo, de ser alimentado e depois abandonado.
Considerando meu estado de graça, sinto informar, sou apaixonada. Sobre o medo, só tenho do abandono, do desprezo, do tanto faz.
Mas, uma coisa eu aprendi a duras penas, oportunidades nunca são perdidas, alguém sempre vai aproveitar as que você perdeu.
Apaixone-se sem se preocupar com o compromisso, se ele tiver de vir, virá! Natural. Como diz o ditado “não é amor que sustenta o relacionamento, é o modo de se relacionar que sustenta o amor”, mas tudo precisa de um começo, a paixão é o marco do início.
Se você é fã de histórias apaixonantes e da fórmula que consagrou Nicholas Sparks como…
Se você está à procura de um filme que mistura sensibilidade, poesia e uma boa…
Uma infância marcada por mimos excessivos pode deixar marcas duradouras na personalidade de um adulto.…
Alguns hábitos podem parecer apenas peculiaridades do cotidiano, mas segundo estudos psicológicos e pesquisas científicas…
O envelhecimento é um processo inevitável, mas não linear. Recentemente, cientistas do Primeiro Hospital Afiliado…
Fim de ano é sinônimo de renovacão. Enquanto muitos fazem balanços pessoais, é também um…